Capítulo 13

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Antes que ele pudesse descansar, Draco foi obrigado a dar um relato completo dos eventos da noite para Potter. Draco deixou as palavras fluírem dele livremente, sua voz distante, como se outra pessoa estivesse falando. Ele contou ao Auror sobre avistar os Comensais da Morte do lado de fora da casa segura, sobre Pansy correndo para pegar sua varinha pouco antes de terem acesso pelas portas da frente e dos fundos. Ele contou sobre o duelo que se seguiu e sobre a morte de Pansy, embora tenha pulado aquela parte sobre a varinha dela não funcionar para ela. Mulciber levou a melhor sobre ela. Isso foi tudo. Além desse detalhe, ele não deixou mais nada por dizer. Granger sentou-se ao lado dele, ansiosamente roendo as unhas e ouvindo com terror extasiado.

Quando o relatório de Draco foi dado, Potter começou a reunir uma equipe para ir à casa dos Farley. Draco sabia o que eles encontrariam lá: o corpo de Pansy, os destroços de uma batalha e nada mais. Certamente Mulciber teria revivido seu camarada e fugido agora. Não haveria Comensais da Morte lá para Potter prender.

Sem mais nenhum papel para ele desempenhar, Granger ajudou Draco a subir as escadas e ir para a cama. Ela estava falando com ele. Algo sobre isso não ser culpa dele. Ele desejou poder dizer a ela o quão errada ela estava. Foi tudo culpa dele. Pansy estava morta por causa dele e nada que ela dissesse poderia amenizar sua culpa.

Ela tentou oferecer a ele uma Poção do Sono Sem Sonhos, mas ele recusou. Ele sabia que não dormiria sem isso, mas a ideia de ter uma noite de sono decente depois do que aconteceu fez seu estômago revirar de dor.

"Por favor, Draco," ela insistiu enquanto ele tirava as botas e se jogava na cama. "Você precisa descansar."

Draco rolou para longe dela, querendo nada mais do que ela ir embora. "Não."

"Se você apenas—"

"Deixe-me em paz, Granger," ele murmurou, sentindo seu peito apertar.

"Mas-"

"Cai. Fora."

Ficou em silêncio por um momento, e ele praticamente podia ouvir seu conflito interno. Finalmente ele ouviu o som de seus passos se afastando e o clique da porta do quarto, e ele ficou sozinho com seu arrependimento.

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Veio em ondas, a culpa e a dor o esmagando, afogando-o, antes de diminuir um pouco, dando lugar a um entorpecimento horrível. Ele não tinha certeza do que era pior.

Houve um tempo em que ele confiava em seus instintos acima de tudo. E ainda assim ele estava errado sobre Pansy. Catastroficamente, irrevogavelmente errado. Ela nunca foi uma espiã, ele sabia disso agora. Quaisquer suspeitas que ele tivesse sobre ela eram infundadas. Se ela estava agindo de forma estranha, provavelmente era devido ao seu desejo de ser aceita na Ordem. Draco nunca saberia com certeza, e era tudo culpa dele.

Ela tinha sido sua amiga uma vez. Mais do que sua amiga, verdadeiramente. Uma confidente confiável, uma aliada reconfortante, uma amante.

E ele a matou. A matou como se ele mesmo tivesse colocado sua varinha nela. Se não fosse por suas ações, Pansy estaria viva. Eles teriam brincado sobre a situação. Ela teria brincado com ele sobre ter que salvar sua bunda. Ela e Charlie poderiam ter um futuro.

Mas ela se foi.

Granger voltou pela manhã. Ela se sentou na beirada da cama e colocou a mão no ombro dele. Ele não se virou.

Ela perguntou se ele tinha dormido.

Ele não tinha.

Ela perguntou se ele queria comer alguma coisa.

Dragon In The Dark | Dramione | Tradução PT-BROnde histórias criam vida. Descubra agora