Dragon In The Dark | Dramione | Tradução PT-BR

Capítulo 21

Draco só tinha estado na prisão de Azkaban uma vez anteriormente. O verão antes de seu sexto ano começar com ele e sua mãe caminhando pelos corredores escuros para visitar seu pai em uma sala de visitas apertada apenas um mês depois de ele ter sido preso. Draco supôs que deveria ter voltado depois que Lucius foi preso após a Batalha de Hogwarts, mas não o fez. Dolohov se estabeleceu como Alto Ministro e colocou Draco sob sua proteção tão rapidamente que não teve tempo de pensar em nada além de seu treinamento. Uma vez que seu tempo era seu novamente, era muito perigoso para um conhecido Comensal da Morte viajar para áreas de alto risco.

"Por aqui, Sr. Malfoy." O guarda era um homem rabugento e magro, pálido pela falta de luz do sol e olhos encovados cansados pela contínua exposição aos dementadores. Um pequeno patrono de ouriço seguia o homem enquanto ele guiava Draco e Dawlish, que concordara em acompanhá-lo, através do labirinto de corredores.

Os passos de Draco ecoaram alto contra o chão de pedra. Em ambos os lados dele, ele podia ver prisioneiros em suas celas, alguns espiando por trás de suas grades, outros encolhidos nos cantos mais distantes, segurando suas cabeças e balançando. Draco lutou para manter seu olhar à frente, tentando não pensar em quão facilmente ele poderia acabar sendo uma dessas almas miseráveis. Tentando não pensar em seu pai em seus últimos dias.

Ele se perguntou o quão menos hospitaleira esta visita teria sido se Shacklebolt não tivesse falado em nome de Draco e se Dawlish não tivesse sido enviado com ele. Este guarda certamente parecia não gostar de Draco até certo ponto. Ele continuou enviando carrancas por cima do ombro, como se esperasse que Draco o azarasse enquanto ele estava de costas.

Por fim, o guarda chegou ao final do corredor e abriu uma pesada porta de metal. Draco entrou atrás do guarda e sentiu o ar sair de seus pulmões.

Diante deles havia uma mesa de metal sob um orbe flutuante de luz brilhante. Sobre a mesa estava a forma óbvia de um corpo, alto e magro, debaixo de um lençol branco.

A boca de Draco ficou seca e ele engoliu em seco. Disseram-lhe que teria de identificar o corpo, mas agora que estava aqui, não tinha certeza do que aconteceria quando o guarda puxasse o lençol. Aquele era o pai dele naquela mesa. Ele choraria? Gritar? Rir? Qual era a resposta apropriada ao ver o cadáver do pai?

Draco teve um relacionamento tumultuado com seu pai. Lucius tinha sido severo, frio, até mesmo cruel às vezes. Ele criou Draco para seguir seus próprios passos orgulhosos, e esse caminho levou Draco a se tornar o que ele era agora: um assassino.

E, no entanto, este era seu pai. Ele sempre se importou com Draco. Ele não tinha sido o pai mais carinhoso, mas Draco nunca se sentiu não amado. Lucius sempre esteve disposto a ir além para garantir que Draco e sua mãe fossem bem cuidados e tivessem tudo o que poderiam precisar.

O guarda deu a volta na mesa e olhou para Draco, os olhos questionando se ele estava pronto. Draco assentiu, e o guarda puxou o lençol para revelar o rosto de Lucius.

Com a garganta apertada, Draco se aproximou. Não havia dúvida, este era Lucius Malfoy. Ele acenou com a cabeça para o guarda.

"Vou te dar um momento," o guarda ofereceu, deixando o lençol dobrado e voltando para a porta. "Bata quando estiver pronto."

A porta se fechou e Draco ficou sozinho com seu pai.

Draco desejou saber como lamentar adequadamente pelo homem que lhe deu tudo, mas o deixou com tantos danos.

Ele olhou para seu pai, se perguntando se ele realmente havia diminuído tanto nos dois anos desde que Draco o viu pela última vez. Ele parecia pequeno, quase... frágil. Draco sempre foi tão intimidado por seu pai enquanto crescia. Lucius sempre pareceu quase divino, dominando a Mansão e todos e tudo nela com uma autoridade tão firme. Mas olhando para ele agora, Draco não conseguia imaginar por que ele havia pensado em seu pai daquele jeito. Talvez Lucius não fosse nada mais do que seu comportamento hipócrita. Despojado disso, ele era muito mais... humano.