Paying attention

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A primavera chegou com uma pequena surpresa: eu vou ganhar um irmão. Minha mãe contou a notícia como se tivéssemos condições de ter um novo membro na família. Não me arrependi de ter mostrado meu descontentamento porque eu estava irritada, e com razão.

Seria mais uma boca para alimentar, mais uma despesa, mais uma preocupação. Para ela, era um conto de fadas, sempre quis mais um filho; para mim, um pesadelo.

Certo que minha mãe não é um monstro como eu praticamente descrevo, mas ela acredita que termos saúde, comida e felicidade era o suficiente; o tipo de pessoa sonhadora que dava trabalho para pessoas "pé no chão" como eu.

Se esse notícia tinha abalado minha vida acadêmica? Com certeza. Agora eu definitivamente tenho pressa para me formar, conseguir um emprego e ganhar dinheiro para ajudar minha família. Resultado: estou estudando mais que qualquer nerd que possa existir naquele local.

Se Jennie soubesse diria que não preciso mais de suas aulas, e é esse o motivo de não contar. Quer eu queira ou não, passei a ter mais ânimo para estudar... com ela.

Tá, preciso parar de ser hipócrita comigo mesma e admitir: eu gosto.

E para o bem de minha sanidade, decidi não tentar entender o motivo porque, no fundo, eu sei que não iria gostar caso me esforçasse para achar a resposta.

Mas até para um pessoa ignorante, há fatos que não podem ser ignorados. Eu estava melhorando drasticamente e não me sentia tão burra nas aulas de inglês estudando previamente com Jennie - ou sem ela.

Então, mesmo com toda a situação do meu novo irmão, eu fiquei mais "grata" e passei a reclamar e provocá-la menos.

Maaaas, eu tenho que ter algo para reclamar, não é? Só que dessa vez não sei entender - talvez seja esse o motivo de estar tão pensativa em relação a ela - os sentimentos que sinto com nossos toques frequentes. Se são negativos, se são positivos, não sei definir, só sei que eu sinto algo toda vez que nossas mãos ou dedos se encostam sem querer.

Antes eu pensava que ela tinha se incomodado na primeira vez que ocorreu em sua casa, mas, como não obtive a mesma reação quando aconteceu mais uma vez em uma tarde de estudos na biblioteca, pude concluir que para ela não era nada demais.

Quisera eu que não fosse nada também.

- Oh! - Jaesuk estalou os dedos em minha frente. - Presta atenção!

Pisquei os olhos.

- Não é possível que você viajou esse tempo todo... tem uns cinco minutos que eu tô falando! - Miyeon arregalou os olhos.

- Foi mal. - cruzei os braços, constrangida. - O que você tava falando?

- Depois daqui. Minha casa. Passar a noite. - Jaesuk disse pausadamente.

Hoje teríamos o famoso passeio para o jardim botânico. Chato, mas valia ponto. A turma do terceiro ano foi incluída de surpresa e graças a isso eu poderia ficar com Jaesuk e Miyeon. Seria bom depois de ir para um local insuportável com gente insuportável ter alguma diversão; fazia tempo que eu não saia com meus amigos.

- Ah...

Jennie passou por mim, conversando com duas garotas de seu grupinho, parecia aérea. Quando nossos olhares se encontraram, ela me deu um sorrisinho discreto.

Fiquei sem reação. Apenas balancei a cabeça e desviei o olhar para Jaesuk, fingindo interesse na interrogação em seu rosto.

- Por que você tá com essa cara de idiota? - Miyeon riu e empurrou meu braço.

The Two Sides of the Coin. | JensooOnde histórias criam vida. Descubra agora