17. Notícia dificil.

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Saio de casa apressada. Combinei com Caio de encontrá-lo no consultório às 11h30. Mas antes preciso buscar dona Wilma e já são 11h09.

Merda Amanda. Você precisa ser mais ágil. Me xingo mentalmente.

Pego o celular e envio uma mensagem para ela.

"Estou chegando, dois minutos estarei aí".

Largo o celular no banco do passageiro, enquanto olho para o retrovisor vendo a Bia no banco de trás, brincando com um dinossauro. Acho uma graça as peculiaridades dessa criança.

Assim que estaciono em frente ao prédio, ela já está me esperando, com um Antônio ansioso ao lado.

Pego minha bolsa e celular, e jogo sobre o banco ao lado da Bia, dando espaço para que ela entre.

- Oi Amanda, está tudo bem?

- Tudo ótimo dona Wilma. E a senhora?

- Graças a Deus tudo certo.

- Oi Antônio.

- Oi pequena. Eu não ia, mas acho que eu vou com vocês. Tudo bem?

- Claro - ele entra atrás e um sorriso gigante ilumina o rosto da minha filha no mesmo instante.

Mas não posso prestar muito atenção já que preciso me guiar pelo trânsito do Rio de Janeiro.

Paro no estacionamento do consultório faltando cinco minutos pela consulta, e me impressiono pela minha agilidade.

Antes que eu desça do carro, Antônio já está tirando a Beatriz da cadeirinha e com as nossas bolsas sobre o ombro. Acho uma graça, mas resolvo ajudá-lo e seguro as bolsas.

A recepcionista nos indica que somos as próximas. Percebo que Antônio está tentando se distrair brincando com minha filha, mas noto seus ombros saltando várias vezes por minuto.

A porta do consultório se abre, e ao me ver, o rosto de Caio se ilumina em um enorme sorriso.

- Amandinha, que prazer te receber aqui - ele me cumprimenta com dois beijos, bem demorados.

- Eu agradeço muito a presteza e agilidade Caio, sei que sua agenda é cheia. Essa aqui é a dona Wilma, ela que vai passar pela consulta com você, e se não se importar, eu gostaria de estar presente.

- Claro. Amo trabalho em equipe, me faz lembrar os velhos tempo. É um enorme prazer conhecer a senhora, os amigos da Amanda são meus amigos também.

Uhum uhum - Antônio arranha a garganta atrás de mim.

- Caio, esse é o Antônio, filho da dona Wilma.

Eles se cumprimentam com um aperto de mãos, e tenho certeza que o Antônio coloca força demais, já que ao soltar sua mão, Caio a flexiona várias vezes, a abrindo e fechando.

Olho para o Antônio de cara feia.

- Vamos lá? - Caio nos indica o consultório, mantendo a porta aberta para que nós duas possamos entrar.

Antônio fica na recepção sentado com Bia em seu colo, entretidos com o dinossauro enorme que ela tem em mãos.

- Sentem-se por favor.

Nos acomodamos enquanto ele verifica algumas informações no prontuário online.

- Bom dona Wilma. A senhora reclama de dores e inchaços na perna, vermelhidão e um possível edema. Tem sentido mais algum sintoma recentemente?

- Muito calor. Excessivo na verdade. E rigidez nos músculos da perna.

- Apenas uma perna?

- Sim, a esquerda.

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