45. Epílogo 2

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Antônio e eu éramos muito bons juntos. Além dos filhos lindos e saudáveis que tivemos, ele era minha base e alicerce, e eu representava o mesmo para ele.

Eu voltei a exercer a medicina seis anos atrás, e hoje, era uma das médicas mais requisitadas do hospital. Eu amava a minha profissão, ela não era nada fácil, mas era linda e sincera. Eu exercia o meu trabalho com amor, e isso tornava tudo mais leve.

Meu celular apita e eu olho a notificação na tela.

"Eu odeio essas mulheres dando em cima do papai, ele tem uma aliança enorme no dedo e elas fingem não ver".

Sorrio para a mensagem de Bia, e largo o aparelho enquanto troco de roupa. Descartando o jaleco e as peças sujas dentro da minha sacola, a seguro junto da minha bolsa e saio da sala.

Conforme eu passava pelos corredores, cumprimentava os funcionários e parentes dos pacientes. Estava prestes a virar para a enorme recepção, quando vejo duas enfermeiras suspirarem.

- Ele é tão lindo... - comentou uma delas.

- Um gostoso. E esses cabelos grisalhos?, minha nossa - disse a outra se abanando.

- Bem que poderia vir ao hospital mais vezes - a primeira comentou.

Não precisava olhar para saber de quem estavam falando. Virei o corredor, e encontrei Antônio em pé, conversando com meu chefe, enquanto Beatriz estava sentada e com cara de poucos amigos.

A idade vinha fazendo tão bem para o meu esposo, parecia que quanto mais os anos passavam, mais incrivelmente lindo ele ficava.

Ele vestia calça e camisa sociais pretas, o cabelo estava impecável, e ele franzia os olhos pretos através dos óculos de sol, que o deixavam com um aspecto irresistível.

Me aproximei, inclinando-me e deixando um beijo em seu ombro. Ele sorriu e segurou a minha cintura.

- Oi pequena.

- Oi amor. O que vocês estão fazendo aqui?

- Estávamos por perto, e Bia sugeriu te buscar, mas desde que chegou aqui, está aí com essa cara fechada.

Sorrio. Cumprimento meu chefe e me afasto, indo até minha filha.

- Oi amor - a abraço e encho de beijos, enquanto ela me agarra pelo pescoço.

- Oi mamãe. Eu não aguento essas mulheres, onde eu apareço com o papai é assim.

- Você é muito ciumenta filha.

- Mas ele é casado...

Sorrindo, mudo de assunto, por que isso é uma coisa que nunca muda. Ela é uma defensora nata do pai, mas também é louca de ciúmes e detesta ver outras mulheres suspirando pela beleza dele.

Antônio se aproxima, passa os braços pelo meu ombro e me conduz pelo corredor em direção à saída. Nós atravessamos as portas giratórias do hospital, eu mal piso na rua quando o corpo de Vicente colide contra o meu, e suas mãos me rodeiam.

- Oi mamãe.

- Oi meu amor. Eu estava com tantas saudades, mas você voltou antes de viagem - comento, olhando o meu filho que tem quinze anos e é um adolescente lindo, no alto de seus um metro e oitenta e cinco de altura.

- Sim. O papai está mandando todo mundo em viagem para a casa da vovó Wilma.

Sorrio concordando. Olho para o meu marido e ele me dá um sorriso enigmático. Quando volto meu olhar para Vicente, vejo minha sogra e Matheus, caminhando em nossa direção.

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