A Fonte da Revolta
A data dessa história é incerta, mas certamente antecede a criação de Loritta e os bots modernos. Em um tempo que Viny continuava a se cobrar por todas as falhas, ou simplesmente por achar que não tinha feito um trabalho à altura daqueles milênios atrás.
Contudo, nesta época, ele ainda tinha alguém para mantê-lo na linha, uma âncora que lhe impedia de atravessar a linha do imoral; coisa essa que quase acontece corriqueiramente. Seu nome era Carlos, um lindo homem alto de pele negra e cabelos verdejantes.
Conhecidos desde a época em que o cientista havia proposto uma jornada pelo continente de um planeta; atualmente abandonado. Naquele tempo, o universo não passava de um infindo oceano, resultado pelas batalhas de seres ancestrais.
Nessa aventura, conheceu e fez inúmeros inimigos, contudo, este homem foi um dos poucos que não tentou apunhalá-lo pelas costas.Apaixonados pela ciência, não havia um dia sequer em que estivessem falando de outra coisa. Suas pesquisas focadas em criar um novo tipo de vida, utilizando dos restos coletados da carne ancestral parecia promissor.
Viny: Só mais uns ajustezinhos. Uma torcidinha aqui, um pouco de óleo ali, e.. — Os circuitos eram cuidadosamente colocados no peito e cabeça, apesar de gotas de suor e sangue caírem sobre o corpo da máquina, continuava para seus olhos, perfeita — Que nome poderíamos dar?
Carlos: Por ser uma criação que utiliza materiais cedidos pelos anões, que tal usarmos uma palavra de seu dialeto? Uma máquina feita da união de minérios e matéria orgânica, ahn. Existe algo parecido, quando um anão perde um membro e precisa repô-lo com uma parte artificial. Eles chamam isso de "Bot".
Cerca de duzentos anos se passaram desde então. A sociedade conseguiu dar um grande salto com a inserção das máquinas; elas pareciam vivas aos olhos do público geral. Embora fizessem apenas coisas simples como pilotagem e máquinas agrícolas, era uma adição significativa.
Entretanto, a alegria do povo fora logo pisoteada com a chegada da Guerra de Pristina, um embate direto entre o pequeno império da época contra o reino de Castelyo, pertencente a um planeta de mesmo nome; governados por Nero I. Ambos com a meta de expandir seus territórios pelas redondezas daquela galáxia.
Não era de se surpreender que o Supremo, ainda chamado de imperador nesta época, comandaria as tropas contra ele. Chamando por todos os homens e mulheres, qualquer um que estivesse apto a lutar. E um deles, foi o Carlos.
O cientista alertou que era perigoso, e que seria melhor ficar no laboratório junto a ele. Porém, insistente como de costume, ele exclamou que seu maior desejo era estar ao lado de seus antigos companheiros mais uma vez. — Eu já estive na frente uma vez, posso fazer isso de novo, hehe. — Ele disse, antes de abandonar a oficina.Viny: Mas... os mundos não estão mais inundados, idiota! — quis gritar, mas não passou de sussurro que seu amigo nem deveria ter ouvido.
No fim, tudo que pode fazer foi sentar-se frente a porta e aguardar. E ele aguardou. E aguardou. E aguardou por mais de quinhentos anos.
De cabeça baixa, com o rosto coberto, dizia para os ajudantes que aquilo escorrendo por seu rosto não passava de óleo e graxa.Quando a guerra acabou com um tratado de paz entre ambos os lados, lápides foram esculpidas na cidade do oeste, o cientista enfim resolveu sair para fora. Foi complicado deixar aquele cômodo repleto de memórias e objetos que ainda esperavam ser tocados pelo dono. Mas ele precisava ser forte, não apenas por si, como também pelo império.
Uma visita, apenas para ter certeza que seu amigo realmente havia deixado este mundo. Caminhou pelas fileiras de sepulturas pelo o que pareceu horas. Suas pernas estavam doloridas, sentia que poderia desabar a qualquer instante, contudo, sua força mantinha-se sórdida para ir até o fim.
Porém, o nome de Carlos nunca chegava, começando a dar esperanças para o cientista. Sendo logo despedaçadas ao perceber que estava caminhando para o lado errado, vendo apenas as lápides destinadas aos combatentes de Castelyo. Quando finalmente chegou até as do império, não podia mais mentir para si ao ler aquele nome esculpido de forma monumental. Ele estava morto.
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Banimento Final - Ato1 (Em reformas)
FantasyEm um universo governado pela mão suprema do imperador Libélula, uma hierarquia é fundada para ditar o seguimento das coisas. Por debaixo dos panos, está escondida a verdade de todas as mentiras contadas ao longo dos milênios, e caberá aqueles poder...