SURVIVE - 3 TEMPORADA (EM ANDAMENTO)

Capitulo 22: Dona Aranha

A primeira coisa que ouvi foi o barulho dos carros estacionando em frente ao prédio. Isso significa que o rastreador foi ativado e eu poderia não ter escapatória.

- Achem a garota e se precisarem atirem pra matar - Negan grita aos pulmões.

- Não! - Emmett intervém - Quero ela viva.

Levanto com certa dificuldade e olho para baixo pelo vidro quebrado. Os homens cercaram o prédio e Negan junto com dois brutamontes se preparam para entrar. Por sorte, estou no sexto andar e poderia subir mais, porém minha perna lateja de dor. E, a porta que leva as escadas está interditada com vários escombros na passagem. O prédio literalmente está caindo aos pedaços.

Pulo com a pouca força que tenho e fico de cabeça para baixo no teto. A pouca luminosidade da lua ajuda. Em poucos minutos, vejo Emmett entrando na mesma sala. Como ele subiu tão rápido? Não sei responder, talvez acabei perdendo a noção dos minutos já que a dor não me deixa raciocinar bem.

Ao contrário dos outros homens armados até os dentes, Emmett está com sua arma na cintura, sua única defesa por baixo do termo caro. Em passos lentos, ele anda observando as marcas de sangue no chão. Uso o escuro para me esconder enquanto o vejo andar e balançar a cabeça.

- Mel, Mel, Mel. - Emmett estala a língua, coloca as mãos no bolso e fica encarando o sangue no chão - Até que você é uma garota bem esperta. Tem garra. Mas é tola. - ando procurando ainda o ponto mais escuro do teto, mas Emmett parece sentir meus movimentos. Do nada, ele tira uma arma de trás das suas costas. - Não sentiu falta de nada? Deixou cair na porta, acho que isso ajudou a te dedurar. - Fecho meus olhos e respiro fundo quando sinto uma pontada na minha perna - Vamos, Amelie. Eu não vou te machucar, iremos apenas conversar. - agora, os olhos azuis de Emmett percorrem o teto a minha procura - Deve estar complicado se manter firme aí em cima com um tiro. Não tenho suas habilidades, mas imagino como deve ser.

- Emmett, estamos subindo para os próximos and..

- Podem se retirar, Negan. - Emmett interrompe seu amigo pegando no comunicador - Já a encontrei, obrigado. Esperem na entrada, por favor. A senhorita Parker e eu já estamos indo. - Emmett recebe uma confirmação de Negan enquanto mantém os olhos na minha direção. Não sei como está me vendo — já que me escondi no puro breu — porém deve estar sentindo minha presença - Não me faça sacar minha arma e te dar mais um tiro, Amelie. E não duvide de mim, eu estou quase fazendo isso. E não te garanto que eu vá acertar sua perna. Nesse escuro talvez acerte sua barriga. Certo, um. - Emmett pega sua arma e aponta na minha direção - Dois..

Assim que ele destrava sinto minha perna pedindo por ajuda, a dor está aumentando tanto que se tornou impossível continuar aqui. Eu preciso de ajuda e é claro que não tenho para onde correr agora. Deixo o peso do meu corpo me levar para baixo e fico em pé, ou ao menos tento me manter em pé, na frente de Emmett.

Gemo de dor e me obrigo a sentar. Eu estou tremendo, não pelo medo de ter sido descoberta, mas pela perca de sangue.

Emmett guarda a arma no coldre e se agacha ficando na minha frente. Evito ao máximo um contato visual, até sentir a mão na minha nuca agarrar meu cabelo me obrigando a encara-lo.

- O que eu vou fazer com você, hein? - Emmett puxa minha cabeça para trás o suficiente pra deixar meu pescoço exposto, onde sem pudor nenhum ele percorre com a ponta do nariz.

- Me deixar ir embora? - debocho com a voz rouca e baixa pela fraqueza.

- Já ouviu a música da aranha? - Emmett me encara e segura meu tornozelo, subindo a mão aos poucos na minha perna - A dona aranha subiu pela parede - Emmett coloca a mão por cima do ferimento e tento recuar minha perna, mas ele me mantém no lugar. - Veio a chuva forte e a derrubou.

Grito quando Emmett aperta o ferimento com tanta força que sinto como se todos os nervos da minha perna estivessem se rasgando. O sangue escorrendo sem parar e minha pressão terminando de cair.

- Acho que vou precisar colocar você no seu lugar de novo, Amelie. E espero que dessa vez, não me desafie.

É a última coisa que escuto antes de sentir o cansaço tomar conta.