Minha visão ardia toda vez que tentava abrir os olhos. Parecia que meu corpo havia sido atropelado por um caminhão várias vezes seguidas. A luz da enfermaria é tão branca que chega a embrulhar meu estômago.
Não sei quanto tempo apaguei, mas quando acordei estava sozinha no quarto com um lençol cobrindo apenas minhas pernas. Não consegui levantar minha cabeça pra ver se ainda tinha uma barriga, mas parecia que a bebê sabia que eu estava acordando e uma sensação percorria meu ventre, como se estivesse cheio de ar. Com um levantar leve da minha mão eu consegui sentir o volume por cima da camisola.
Uma sensação tomava conta de mim cada vez que os segundos passavam, como se eu não tivesse certeza se estava realmente viva ou se era só uma projeção astral indicando que já parti pra outro plano.
Nada de Magnum, Ann, Megan ou Emmett e o desespero estava começando a aparecer. Tentei fazer um esforço para me sentar, mas só ganhei uma pontada no corpo e a visão dos meus braços queimados. Eu só me lembro do enfermeiro aplicando alguma coisa no meu braço, pra me dopar. Depois disso, me lembro da dor insuportável atravessando meu corpo.
— Que bom que acordou. – a voz de Magnum me faz olhar para sua figura sentada ao meu lado num banco. Nem havia visto que ele tinha entrado. — Eu já ia colocar na sua certidão de óbito que você teve uma morte cerebral. Ainda bem que acordou a tempo. – Magnum diz tentando dar o melhor sorriso possível, mesmo vendo a preocupação estampada em seu rosto. — Não faz esforço. – ele me repreende quando tento abrir minha boca pra falar, até isso é difícil — A bebê está bem, mais forte do que nunca, não se preocupe. Agora você, precisa de repouso. Ela precisa da mãe pra cuidar dela.
Magnum permaneceu em silêncio me encarando por um tempo. Tentei não olhar muito para seu rosto, mas ele mantinha um semblante neutro e preocupado, ao mesmo tempo cansado.
— Porra, garota, eu tenho que dizer você é mais forte do que eu pensei que fosse. – ele passa a mão na nuca antes de começar a me examinar — Ann está bem preocupada com você, sabia? Ganhei essa marca de dedos na bochecha depois que eu disse a ela que iria vir checar se você já tinha morrido – ele dá uma risada leve e o olho — Você teve sorte de novo e sua bebê é bem forte como a mãe. O coração dela batia forte igual um tambor.
— Ela ainda.. – tento falar, mas sou interrompida com a dor na minha garganta e boca.
— Mais viva do que nunca, eu garanto. – Magnum olha minhas pupilas com uma luzinha e respira fundo. — Descansa agora.
Magnum saiu do quarto me deixando sozinha. Não queria dormir com medo de não acordar mais. Mas meus olhos ainda estavam pesados demais pra resistir fechá-los.
— Você é mesmo uma peça rara, meu amor. – a voz de Emmett me faz abrir os olhos, dando de cara com o par de íris azul me encarando — Só que sua raridade, fez todo mundo pensar que estava morta, e sabe a consequência disso? Cancelaram a venda. – Emmett se aproxima com os olhos obscuros — Não tem que ser raridade, só a porra de uma cobaia, mas não entende isso, não é? É a droga da pedra no meu sapato.
— Devia me matar então. – consigo unir forças para dizer mesmo sentindo minha garganta queimar e minha voz sair como se estivesse dentro de um copo.
— Ah como eu queria, amor. – Emmett coloca a mão envolta do meu pescoço — Apertar esse pescoço lindo até você parar de respirar. Mas morta você não vale nada.
— Pelo jeito, nem viva.
— Não abusa da sua sorte. – Emmett aproxima o rosto do meu — Pode acordar sem ela amanhã. Agora escuta bem o que eu vou te dizer. Ou você continua se comportando mantendo sua boca fechada, ou eu juro que abro sua barriga a sangue frio, tiro essa criança e corto a jugular dela na sua frente.
— Mataria sua própria filha?
— O que for necessário pra você calar a merda da sua boca. Se nem estourando os miolos da sua irmã resolveu, antes que seja apelando para seu coração de mãe – Emmett aperta um pouco do meu pescoço, resmungo baixo sentindo o ar começar a faltar até que ele solta — Estamos conversados.
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SURVIVE - 3 TEMPORADA (EM ANDAMENTO)
Fanfiction𝐓𝐎𝐃𝐎𝐒 𝐎𝐒 𝐃𝐈𝐑𝐄𝐈𝐓𝐎𝐒 𝐃𝐄𝐒𝐓𝐀 𝐎𝐁𝐑𝐀 𝐄𝐒𝐓Ã𝐎 𝐑𝐄𝐒𝐄𝐑𝐕𝐀𝐃𝐎𝐒. 𝐏𝐋Á𝐆𝐈𝐎 É 𝐂𝐑𝐈𝐌𝐄! Livre do tribunal, mas tendo que viver com um julgamento pessoal as coisas parecem ir bem para Amelie. Ate certo ponto. Porém quando uma...