Sorry

304 25 0
                                    

Escola.

A simples menção dessa palavra me causava arrepios na espinha, podendo me fazer suar, resmungar, e quem sabe, entrar em uma crise de estresse. A razão disso? Eu odeio ir para a escola. Claro que todo adolescente diz isso, diz que a escola é péssima, que quer sair dali, entre outras coisas, mas eu realmente passo um inferno ali. Quer dizer, quantas vezes um bando de imbecis pode jogar borrachas em sua cabeça e continuarem rindo? A piada nunca perde a graça. Jogo meu cabelo para o lado, irritada com toda aquela merda, mas fico calada, querendo muito poder me concentrar na aula e aprender algo. De lá de trás escuto as risadas de Brad e sua gangue de retardados mentais, dizendo coisas desnecessárias e jogando pedacinhos de borracha em mim. Ideia de diversão para a manhã deles.

— Você quer que eu mande eles pararem?

Uma voz sussurra ao meu lado, e dou um salto em minha cadeira, o coração acelerado, e me viro para ver quem era, dando de cara com o rosto de Melanie. Ela me encara com um semblante preocupado, as sobrancelhas arqueadas e um lápis em mãos.

— O que? — pergunto confusa.

— Pararem de jogar borracha em você. Os garotos. — Abro a boca surpresa, e ela continua. — Posso pedir pra eles, Lamar vai me ouvir.

Os olhos dela parecem os olhos de um pug. É sério. São castanhos escuros e ela está me olhando com uma expressão de pena que me irrita, então penso naquele cachorro de olhos grandes. Entorto minha boca ao reparar que ela disse quase como se tivesse influência em Lamar, como se tivesse chegado ao nível de alterar algo nele. Isso me deixa puta.

— Vocês já chegaram nesse nível, Melanie? — Minha língua está carregada de ironia e um certo veneno. Estou brava com a minha vida e Amber me perturbou, tentando ajudar, mas usando um artifício ridículo. Eu estou puta.

— O que quer dizer com isso, Sabina? — Toda a sala está concentrada na explicação do nosso professor, exceto eu e a senhorita olhos de pug.

— Você está sendo uma cínica. Sério. Saindo com o babaca do Lamar e vindo aqui me oferecer um décimo da sua falsa pena, usando do fato de vocês dois estarem transando? — A morena abre a boca, acho que surpresa, e bufo. Estou com raiva, bastante, e queria explodir.

— Eu não estou sendo cínica! Me preocupo com você, Sabina. Mesmo. — Melanie inclina o corpo para ficar mais próxima de mim, dando a visão do decote de sua camiseta branca apertada. Desvio o olhar. — Eu sei que isso deve ser uma merda, e queria mudar isso. Nem que fosse um pouco.

Uma borracha pega na pontinha da minha orelha. E dói pra caralho. Dou um pequeno guincho com o impacto e Lamar ri. Olho para Melanie furiosa, sentindo poços de raiva efervescendo e me levanto. Isso mesmo. Viro o rosto para Lamar e os babacas que o cercam, e aponto meu dedo para eles:

— Se jogar essa merda em mim de novo Morris, eu juro, juro, que quebro a merda desses seus dentes falsos! — E taco o pedaço de borracha nele, acertando o seu olho direito. Toda a classe faz um "ohh", surpresa por minha reação. Até eu estou.

— Mas que porra está rolando com você, Hidakgo?! — Lamar se levanta da cadeira, uma das mãos sobre o olho, me olhando puto da vida. Ok, é agora que eu apanho. O senhor Jackson ouve o vociferar de Lamar e se vira para olhar para a sala, confuso.

— Mas que boca suja é essa, senhor Morris?

Uma coisinha sobre o senhor Jackson: ele é lutador de greco-romana, aqueles caras que usam roupinhas azuis coladas e ficam roçando um nos outros, tentando derrubá-los. Ele também é o treinador da equipe, e acho que Lamar não teria coragem de bater em mim com a presença dele ali.

My Sexy Listener | Joalina | Sabina G!POnde histórias criam vida. Descubra agora