My Sexy Listener | Joalina | Sabina G!P

Parents Issues

N/A: Hallo, como vão?
Confesso que estou bem nervosa sobre o conteúdo da fic, porque vai mostrar algo que é cada vez, infelizmente, comum em nossa sociedade.

Bem, eu espero que curtam. Boa leitura!

Joalin P.O.V

2009, Miami, Florida

Eu só quero ficar aqui dentro do meu quarto, em meu conforto, e esquecer o que acabara de acontecer. Meu rosto, do lado esquerdo, ardia muito, as lágrimas descendo por ele e molhando meu travesseiro. Isso já era de rotina.

— Jojo. — Batidas suaves na minha porta.

Jan, meu irmão mais novo de 15 anos, é quem fala, dando toques suaves em minha porta. Com certeza ele quer saber se eu não cortei meus pulsos. Talvez eu deveria fazer isso. Iria me poupar de toda essa maldita dor. Nada de brigas, agressões, violações, nada. Eu seria livre.

— Joalin, me responde. — O tom de voz de Jan é choroso, e sei que provavelmente ele está a beira das lágrimas. Ele sempre foi o mais sentimental de nós três, e sempre chorava quando ocorria essas coisas. Meu irmão odiava que "ele" colocasse as mãos em mim.

— Oi, Jan. — Minha voz estava abafada.

— Você está bem? — Ele murmura, por trás da porta, temendo que "ele" o escutasse.

— Estou, maninho. — Falo, tentando passar calma para o meu irmão. Ele e Jianna não precisavam saber que a irmã deles queria se dar um tiro. Não, eu os pouparia disso.

— Você sabe que eu te amo, né? Não ligue para o que a mamãe e o Simon dizem, eles estão errados.

Minha garganta se fecha ao ouvi-lo falar sobre Simon e Johanna. Simon Fuller era meu padrasto. Casado com mamãe há 5 anos, 2 depois da morte do meu pai em um acidente automobilístico. Ele era a causa do meu tormento e minha vontade de arrancar minha própria vida. — Tudo bem, Jan. Vai sair pra jogar bola com seus amigos, sei lá. Eu vou ficar bem, ok?

Tranquilizo, falsamente, meu irmão da melhor forma. Jan era jovem demais para poder encher sua cabeça com problemas como o meu. Só quero que ele e Jianna sejam felizes. Por mais que eu não o esteja.

— Tudo bem. A gente se vê no jantar. — Ouço seus passos, descendo as escadas, e lá embaixo ele dizendo a Johanna onde ia.

Meu rosto está inchado e marcado, tenho certeza. Esse é o ruim de chorar: os olhos vermelhos, o inchaço, e aqui, na minha casa, eles não podiam saber que eu estava fraca. Lhe dariam forças para me diminuir mais. 

Os abusos começaram quando eu tinha 14 anos. Graças a puberdade, meu corpo começou a criar curvas, volume, não passando despercebido aos olhos de Simon. Foi quando os abusos tiveram início. Eram toques leves no começo, mas que evoluíram para o ato. Ato que me destrói a cada vez que acontece, me matando um pouco cada vez mais. Minha mãe não sabia, mas se sabia, fingia de sonsa. Ela ligava para o seu marido demais, não queria o perder, por isso fechava seus olhos e o defendia. Nossas brigas eram constantes. Simon era desrespeitoso com a memória do meu pai e grosso com meus irmãos. E quando mexem com Jianna e Jan, mexem comigo. Eles são tudo que eu tenho de mais vivo do meu pai. Jan era parecidíssimo com Pedro. Jianna tinha sua personalidade bondosa. E eu tinha sua força. Papai era um homem maravilhoso. Meu coração aperta só de lembrar dos nossos momentos indo a praia, jogando banco imobiliário, saindo pra tomar sorvete. O tempo em que eu tinha uma mãe.

— Joalin. — Uma nova voz diz, batendo na porta, mas dessa vez não quero respondê-la. Me levanto da cama, enxugando as lágrimas que desciam por minha face, almejando estar com uma boa fisionomia. Como se o que ele fez não tivesse me machucado como o inferno. — Não me ignore, Joalin. — Sua voz engrossa e suspiro, tentando controlar a vontade de berrar bem alto.