Together until the end. I promisse

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Joalin P.O.V

Miami, 2009

O cliente veste a sua camisa, de costas para mim, e viro meu rosto para a janela, odiando esses momentos. É a hora em que me sinto mais suja, que sinto um nojo subir pela minha garganta, então seguro as malditas lágrimas. Ele não podia me ver chorando, senão poderia dizer algo a Alex, e ele arrumaria alguma forma de descontar dinheiro de mim.

— Eu deixo o dinheiro aqui? — Ele me pergunta, olhando para baixo e com a carteira em mãos, algumas notas entre os dedos. Essa foi minha primeira vez com este, e até que ele foi bom, no sentido de não ser bruto como muitos outros. 

— Sim.

Fico olhando ainda para a janela, o lençol branco envolvendo meus seios, impedindo que ele me visse mais do que o permitido, envergonhada de mim mesma. O homem deixa várias notas em cima de um pequeno criado que eu tinha em meu quarto e sai do quarto, fechando a porta atrás de si. E é então que caio em lágrimas, me sentindo suja com o cheiro de seu perfume barato e as marcas dos seus dedos em minha pele.

Se eu me visse assim da forma em que estou deitada, em uma cama, nua, e envergonhada, recém-saída de uma transa com um estranho, sentiria pena. Aquela vida me dava repugnância. Alex estava sempre dizendo para mim que era por uma boa razão, que eu era a sua melhor mulher, e que logo, logo, poderia sair dessa vida se juntasse dinheiro suficiente. Poderia ver Jan e Jianna. De tudo o que eu poderia querer da vida, ver meus irmãos novamente era tudo. Poder abraçá-los, ouvir suas vozes, era tudo que eu sonhava por semanas a fio, e eu finalmente havia tomado coragem para procurá-los, e seria em breve. Só eu sabia o medo absurdo que havia sentido durante todo esse período de distância, temendo que o marginal do Simon machucasse minha irmã do mesmo jeito que fez comigo.

A culpa me consumiu como nunca, e se não fosse Alex, eu teria ido lá bem antes, e claro, seria expulsa certamente. — Você está ansiosa?

Ele me pergunta mais tarde, à noite, quando estamos sentados lado a lado no sofá do seu apartamento, que era nosso agora, comendo uma pizza e bebendo soda. Noah é o melhor amigo que tive na vida e não sei o que seria de mim sem ele, que me dá todo o apoio e amor possível. — Bastante. A saudade que eu senti deles parece que está queimando mais forte.

— Vai dar tudo certo. Você vai ver. — Noah joga seus cabelos para o lado de uma forma normal para ele, mas que sempre me faz rir, e não é diferente agora. Assim que me ouve rir ele revira seus olhos e me mostra o dedo, voltando a comer.

Somente em momentos assim que eu me permitia ser feliz e esquecer um pouco de tudo que me cercava, de toda a aura negativa. Na manhã seguinte, no dia em que eu iria ver os meus irmãos, acordei com o estômago revirando. Cada pedaço de mim estava cercado de ansiedade e uma saudade gigante, e eu mal podia esperar para poder abraçar eles e dizer sinto muito. Sinto muito por ter demorado tanto tempo para vê-los, e sinto muito porque não posso levá-los embora. Há várias semanas, Noah e eu temos acompanhado a rotina de Jan e Jianna, e claro, Simon e Johanna. Sabíamos todos os seus horários, então eu poderia ver meus irmãos tranquilamente, sem intromissão alguma. Era bem capaz de que se eu botasse meus olhos em Johanna eu poderia atacá-la, e ser presa por agressão a mãe não é algo lá legal. — Sua antiga casa é até bonita.

Noah diz, parado ao meu lado, de frente para a porta da casa em que eu vivi durante toda a minha vida. Ouço vozes lá dentro, somada a risadas, e sinto um calor gostoso dentro de mim e então todas as boas lembranças que tive ali voltam como uma avalanche. Quando papai construiu uma cabana de lençóis para mim porque eu tinha medo de escuro aos 5 anos, e também nossos churrascos em família, as festas de aniversário. Sinto meus olhos começarem a lacrimejar, mas passo minhas mãos ali, não querendo que Jan e Jianna me vejam chorar. Toco a campainha e ouço um "já vai" de Jianna e meu coração acelera. Eu poderia estar tendo um infarto aqui e nem saberia. Como forma de me dar apoio, Noah segura a minha mão forte e busco por ar, controlando as minhas emoções como nunca. A porta se abre. E ali, de pé, na minha frente, com os cabelos grandes caindo quase que no quadril, as bochechas vermelhas e cheinhas e totalmente espantada, está a minha irmã.

My Sexy Listener | Joalina | Sabina G!POnde histórias criam vida. Descubra agora