My Sexy Listener | Joalina | Sabina G!P

Fix the things

Sabina P.O.V

Os olhos azuis de Joalin fitam os meus com uma alegria nunca vista por mim. Sorrio de lado com o modo em que ela dá um leve aperto em minha mão no momento em que nós sentamos nos bancos verdes do Subway, aquele olhar cheio de expectativa me deixava satisfeita. Eu queria dar a ela um instante de distração, longe de tudo que conversamos ontem à noite, de tudo que a sondava de negativo. Eu sempre soube que ela tinha motivos muitos grandes para estar em sua antiga vida.

— Tem certeza que vai querer comer tanto molho, Lin? — Brinco, vendo os cantinhos de sua boca se sujarem com o molho barbecue.

— Absoluta. Qual é a graça de vir ao Subway e não provar todos os molhos? — Admiro o seu entusiasmo. Eu sempre pego somente 2 molhos: barbecue e chipotle. Já Joalin preferiu ter tudo e até o molho de mel ela colocou.

Ficamos em silêncio, nossas bocas ocupadas em devorar os 30 cm de sanduíche. Eu queria muito que ela não tivesse se sentido intimidada por mim. Digo, ela me contou o seu maior segredo, e estou bem com isso, me sentindo parte importante de sua vida e longe de mim julgá-la. Pelo o contrário. Eu queria colocá-la no colo e impedir que qualquer coisa ruim lhe acontecesse. Pondero se devo dizer algo, e mordo meu sanduíche. Não quero ser entrona demais, mas não quero que ela pense que estou sentindo qualquer sentimento que não seja empatia e amor.

— Nós estamos bem. Não estamos? — Ela quebra o silêncio, dando um gole em seu refrigerante.

— E por que não estaríamos, Lin?

— Por causa do que eu disse ontem. Eu achei que você poderia ficar chateada, ou...

A interrompo, chocada com sua fala. — Chateada? Está falando sério? Por quê eu estaria chateada?

Joalin fica sem jeito, olhando para sua bandeja de comida, evitando que nossos olhos se encontrassem. Tudo que eu sempre quis foi ter sua confiança, fazer parte de sua vida, e ali estava ela abrindo a porta. Não uma fresta, mas escancarando a porta da sua vida. Pego um guardanapo e limpo os cantos da minha boca, colocando minha mão por sobre a sua na mesa. Ela a vira e entrelaça nossos dedos, voltando seu olhar para mim. Joalin tem os olhos mais lindos deste mundo. Era como se eu pudesse enxergar o universo ali, brilhante.

— Eu não quero que você me deixe. Tenho medo, Sabina. Medo do que sua família e seus amigos podem achar de mim, o que podem pensar sobre tudo isso. — Sua voz está carregada com um tom de tristeza, e nego com a cabeça.

— Eles não vão achar nada. E mesmo que achem, quem está com você sou eu. Somente minha opinião e o que eu sinto importa, e o que eu sinto por você é a coisa mais bonita que me aconteceu. — Sorrio com a sensação. — Eu sou maluca por você. E nada do que me digam vai me impedir de querer você. Nada, Lin. Então, sorria e coma bastante.

Ela sorri largo. Aperto mais a sua mão. Mas antes que eu possa abrir minha boca e falar sobre como devíamos ir à uma loja fantástica de artigos nerd, ouço uma risada conhecida e meu nome é chamado. — Hidalgo? O que está fazendo aqui? E ainda com uma garota? — Lamar ri alto, se aproximando de onde Joalin e eu estávamos, acompanhado de uma garota da escola.

— Será que dá pra não me encher, Lamar? — Resmungo, envergonhada de Joalin ver essa merda. Lamar me imita com uma voz irritante e bufo, o nível de imbecilidade desse garoto é extraordinário.

— Quanto você pagou pra essa gata te acompanhar, Hidalgo? Finalmente tá usando o dinheiro do papai pra conseguir algo? — Eu o odeio. Profundamente. Olho sem jeito para Joalin e me deparo com seu cenho fechado. Ela larga minha mão e se levanta, ficando frente a frente com Lamar.

— Sabina não precisa me pagar para fazer nada, seu babaca. Nós somos namoradas. E eu moro na Zona Norte, então se eu ficar sabendo que você anda perturbando a minha namorada, eu juro que você vai se arrepender. Agora pega esse seu pinto pequeno e esse projeto de Barbie do seu lado e vaza. — Joalin empurra Lamar levemente pelo ombro, fazendo o sinal de sai fora com os dedos. Fico a olhando de boca aberta. Ela se senta em sua cadeira novamente, se pondo a morder seu sanduíche como se nada tivesse acontecido.