Back where we left of

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Sabina P.O.V

— Parece que faz anos que não venho para Miami. — É o que ouço Maci dizer enquanto passeamos pela orla da praia, vendo o mar agitado, com grandes ondas, que deveriam estar sendo reverenciadas pelos surfistas.

— Não é para tanto, Maci. — Debocho, e a loira me dá um leve tapa no braço, mas logo o entrelaçando ao seu. Esboço um sorrisinho, e continuamos andando. O calor até que não estava muito, então eu podia usar meus jeans rasgados sem problemas, junto com uma blusa fina laranja. Maci já usava um short até curto demais, e se Angie estivesse aqui, certeza que xingaria. Mas a namorada da minha amiga, e minha amiga também, estava passando três dias no interior de Ohio, com a família da mãe. Claro que Angie não queria ir com Maci aqui, mas a família não sabe sobre o namoro das duas.

É, eu sei que isso é péssimo, mas eu não julgo Angie. Ela tem irmãos mais novos que precisam dela ali, já que a família era desestruturada em vários aspectos, então eles precisavam muito dela, e além disso, seus pais eram bem religiosos. Maci dizia que não se incomodava, mas sei que sim.

— Mas é claro que é. Miami é mais quente que Nova York. Eu senti falta desse calor, de pegar um bronzeado.

— Eu odeio calor. — Resmungo, um bico formado em meus lábios. — Minha bunda sempre fica suada!

Repararam no quanto eu cito minhas nádegas encharcadas de suor? É porque me irrita pra caramba! — Isso só acontece porque sua bunda é enorme, Bina. Aceite.

Olho de cara feia para Maci, que desanda a rir, soltando o meu braço. Quer me irritar é falar do tamanho da minha bunda. Eu trocava, ou doava, sei lá, de boas. É só um volume insistente na minha parte traseira, que fica extremamente grande nos shorts da escola. Garotas que querem uma bunda grande, eu doo. Alguém quer?

— Você sabe que eu detesto a minha bunda. E você é uma invejosa porque não tem carne nessa sua coisinha. — Maci faz cara feia, e me estapeia, e começo a rir como louca. Essa foi boa.

—  Invejosa é a sua m...

— Você não pode usar esse argumento comigo, Maci Beauchamp Wood. Eu não tenho mãe lembra? — Pisco para minha amiga, que faz uma careta de sem graça. Ela parece ficar sem jeito pelas minhas palavras, mas ajo com naturalidade. Aquilo não me afetava muito, pra ser honesta. Eu cresci praticamente sem mãe, e não me doía ironizar esse fato. Eu já me acostumei.

— Não diga isso. Sério. Fico me sentindo mal. — Maci suspira, passando a mão no cabelo loiro bem cuidado, como o do irmão, e dá o braço para mim. Eu o entrelaço ao meu e junto nossas mãos. – Não precisa criar essa armadura pra mim Sabina, agir como se fosse algo banal. Eu sei que você se importa.

— Está errada. Eu não ligo. Ela não me faz falta. — Olho para o mar, tentando ficar mais calma. Eu sempre ficava calma e mais leve observando o mar. Ele é tão livre, e impetuoso, e isso me inspira a olhar para o lado bom das coisas. Por mais difícil que elas fossem.

Maci para de andar, freando, me puxando para perto de si. Eu a olho, confusa, e vejo que ela está passando o dedo levemente em cima de seu anel de compromisso. Ela sempre faz isso quando algo a incomoda.

— Sabina, me escuta. Eu sei que ando distante, com essa coisa de Nova York, e sei que você detesta falar sobre sua mãe ou sobre qualquer coisa sua, mas você precisa confiar em mim. Em nós. — A garota pega em minha mão, a sua está bem quente em comparação com a minha. — Savannah, Josh, Angie e eu somos sua família, e sempre queremos te escutar. Pare de fingir que o assunto "Ale" não te interessa, que você está pouco se fodendo para isso. Porque eu sei que é mentira.

Os olhos azuis da minha amiga brilham no sol. O reflexo é bonito, e eu divago sobre isso, pensando no quão lindos devem ser os olhos de Joalin ao sol. Droga, não pense nela!

My Sexy Listener | Joalina | Sabina G!POnde histórias criam vida. Descubra agora