— Como foi a aula, querida?
A voz do meu pai me desperta do transe que meu celular estava me deixando, e levanto o olhar para vê-lo. Papai estava com seus óculos de leitura, alguns papéis em mãos e um olhar divertido.
— Foi boa, pai. Andam mais puxadas, por causa do fim do semestre, mas é só isso. — Dou de ombros e volto a olhar para meu iPhone, sorrindo ao ver a mensagem animada de Joalin.
Planet Blue Eyes: seria simplesmente incrível se você pudesse ir, Saby!
Planet Blue Eyes: e estou falando sério! Pode levar seus amigos, se quiser. Só venha!
— Parece que você está no mundo da Lua, querida. — Papai ri e sacode a cabeça em negação. Eu reparo que ele estava falando comigo antes e coro ao ser pega no flagra. — É alguma pessoa importante? Porque para você não prestar atenção em nada do que eu disse...
— Não! — Exclamo rápido. Acho que fui tão rápida que fez ele erguer as sobrancelhas para mim.
— Tem certeza?
— Tenho pai.
Me levanto do sofá e ando até o meu pai, parando na sua frente de braços cruzados, observando toda a papelada em suas mãos. — Não acha que está trazendo trabalho demais para casa, papai? — Ele tira os óculos e me fita, ainda com os papéis em mãos. Vejo de rabo de olho que um dos papeis com ele obtinha muitas informações, cheia de nomes complicados, e penso que deve ser o obituário de algum paciente.
— O hospital anda bastante cheio, e estou pegando casos particularmente difíceis. Nada para se preocupar.
Mas era algo para se preocupar. O rosto do meu pai estava cansado, cheio de olheiras escuras. Coloco minhas mãos em seus cabelos grisalhos, fazendo um carinho terno e devagar, e papai somente sorri gentil. Ele trabalhava tanto. Tudo para poder me dar o melhor, e para Luna também. Por mais que minha irmã mais velha não more mais conosco, ela ainda tinha a ajuda do papai como algo constante. Seja arrumando um emprego para o idiota do seu marido, levando Enzo aos melhores pediatras e claro, com dinheiro. Luna era altamente dependente do meu pai e mesmo assim agia como uma vaca. — Pai... posso perguntar uma coisa?
Fernando Hidalgo se vira para me encarar. — Sim. O que foi?
Fico meio sem jeito de perguntar o que queria, pensando em um modo de não deixar a curiosidade dele aflorar. — Posso sair amanhã? À noite? Josh vai junto, vamos em um tipo de bar hipster.
Confesso que cada pedacinho do meu interior se trancou, receoso de papai questionar o porquê de eu querer ir a um lugar assim. — Bar hipster? Desde quando você gosta de ir a esses lugares?
Jogo meus cabelos para trás, querendo tirá-los do rosto, vendo os olhos castanho escuros dele fitarem os meus. — Sei lá. Eu só queria aproveitar um pouco meu último ano, pai. Posso ir? Durmo na casa do Josh, sei lá. — Eu não podia dizer a ele com quem eu realmente estava indo. Josh iria, é obvio. E quem sabe Savannah, mas outra pessoa também iria, e esse alguém tinha olhos azuis e beijava muito bem.
— Pode sim. Só me ligue quando estiver saindo, e quando estiver na casa do Josh. Avise Dorota também.
— Yeah!!!
Dou um pulo animado e beijo a bochecha do meu pai, que ri com minha reação e coloca os óculos de novo. Subo alegre para o meu quarto, mal podendo esperar para o dia seguinte, feliz por poder ver Joalin.
Papai deixou! Vamos no ver amanhã, Lin.
Planet Blue Eyes: Isso é ótimo Saby!
Planet Blue Eyes: Omg
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My Sexy Listener | Joalina | Sabina G!P
Fanfiction[CONCLUÍDA] Sabina tem problemas. Mais do que gostaria. Abandonada pela mãe quando criança, impopular na escola, virgem, e o pior de tudo: diferente das garotas. Sabina só quer alguém que a escute e a faça se sentir bem. Ela encontra Joalin, uma g...