More than say "i'm sorry"

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Sabina P.O. V

Olho fixamente para o rosto de Ale, cada centímetro meu queria processar o que ela acabara de dizer. Abro minha boca como se fosse dizer algo, mas palavras me fogem, então pego meu copo de refrigerante e bebo sofregamente. Luna encosta a mão na minha perna tentando passar apoio.

— Está tudo bem, Sabina? — Pergunta minha irmã, fitando-me preocupada. Luna tem seus defeitos: casou-se com um completo idiota, se comportava como uma pessoa horrível às vezes, mas apesar de tudo, ela estava ali. Ela sabia como era sentir aquele vazio quando o assunto "mãe" vinha à tona.

— Eu estou bem. É só... — Coloco o copo em cima da mesa e fito a mulher na minha frente, fito a pessoa que é minha mãe. Um alguém que não tenho tantos sentimentos. — Eu perdoo você. Quer dizer, manter tudo isso dentro de mim só vai trazer mais problemas. Perdoar liberta. — Luna sorri com minhas palavras e segura minha mão. Eu já pensava na possibilidade de perdoá-la. De deixar toda essa maldita história pra trás. Ale sorri, mas me apresso em continuar a dizer o que preciso. — Mas, isso não quer dizer que te quero por perto. Não sou adulta o suficiente pra lidar com essa parte.

O seu sorriso murcha. Eu pensei bastante nisso desde que ela ligara, na verdade, desde que a vira nas ruas de Miami, e voltar a conviver não é algo que eu queira. Luna não diz nada, mas não identifico nenhum traço de raiva. Na verdade, noto alívio. — Sabina é uma garota extremamente doce, Ale. Papai nos criou com todo o amor do mundo, nos fez querer ser sempre o melhor para o outro. É claro que uma mãe fez falta. — Minha irmã engasga um pouco quando diz a última frase. Luna é a mais velha, ela queria os conselhos da mãe sobre garotos, sobre a primeira menstruação. Tudo que ela tivera foi papai, que foi meio atrapalhado, mas eficiente. — Mas agora, não faz mais. Desculpe-me se isso soa grosseiro, mas eu percebi que não precisamos de você aqui conosco mais.

Fico de boca aberta. Aquela ali é a mesma Luna que brigou comigo, que me fez bater nela por causa de Ale? Ela percebe que estou encarando e sorri.

— Eu entendo. Sei que passei tempo demais fora, e que isso fez a diferença. — Séria, Ale abaixa a cabeça. — Espero que um dia nós possamos manter uma relação, pelo o menos, casual. E novamente, me perdoem. — Ela coloca algumas notas em cima da mesa e se levanta. Esse ímpeto é o mesmo que Luna tem quando se sente ofendida. Observamos ela sair do restaurante, prendendo o ar.

— Eu já esperava que ela fizesse isso. — Fala Luna, pegando a cereja que sobrara do seu sorvete e comendo. — Acho que ela pensou que agiríamos como filhas carinhosas, como se nada tivesse acontecido. Eu também não contribuí muito, aceitando falar com ela antes de você.

— Você me surpreendeu, Luna. De verdade. — Ficamos sentadas na mesa em silêncio. — A gente devia pegar esse dinheiro dela e dar pra algum morador de rua. — Ela dá gargalhada ao ouvir minha sugestão e confirma com a cabeça.

— Eu estou feliz que veio. E que deu um ponto final nisso. Estou orgulhosa. — Luna segura minha mão. Já fazia um bom tempo desde que nos comportamos de verdade como irmãs, como agora. Sinto meu coração aquecer ao ver minha velha irmã ali de novo, não aquela bruxa insuportável. — E, espero que você não tenha destruído meu velho quarto. Enzo e eu vamos morar com você e o papai.

O garçom se aproxima de nossa mesa e Luna pede a conta. Hm, como assim morar com a gente? Será que o Drew também vai? — Aconteceu algo? — Questiono, pegando minha carteira do bolso da calça.

— Eu pedi o divórcio daquele idiota.

O que? Abro a boca em surpresa, e fico a encarando esperando que ela diga "brincadeira"! Mas Luna não o faz.

— Você está falando sério? Sério, sério? — Ela faz que sim — Nossa, isso é ótimo! — Noto que pareço feliz demais com o divórcio dela e tento me fingir de triste, mas não rola. Luna já está me olhando com uma cara engraçada.

My Sexy Listener | Joalina | Sabina G!POnde histórias criam vida. Descubra agora