Capitulo 12

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Talvez eu estivesse transgredindo algumas regras mas depois que a minha mãe se foi essa era a primeira vez que eu me sentia completamente bem. Queria ter sentido esse beijo no dia que eu a deixei em casa, toquei o seu rosto com delicadeza para aproveitar cada milímetro da maciez da sua pele. Toquei os seus lábios como quem carimba algo bem delicado e olhei nos seus olhos.

Ahhhh aqueles olhos.

Se tinha algo para descrever aquele olhar eu diria que era uma chama, existia ali um desejo por mim que eu nunca tinha visto antes em ninguém. Claro que eu saia com algumas mulheres regularmente pra suprir algumas necessidades ou outras, mas aquela garota estava me despertando situações que nenhuma outra conseguia. Apenas encontrei os seus lábios novamente e senti o choque das nossas línguas, senti um arrepio percorrer o meu corpo e em segundos uma onda de excitação tomava conta de mim.

Quem era aquela garota e o que ela estava fazendo comigo com apenas um beijo?

De leve ela me empurrou e uma parte de mim queria reclamar, como ela ousava parar aquele momento?

Ela sorria de uma forma maravilhosa e aqueles olhos queimando continuavam a fitar os meus lábios, sim, ela tinha razão, estávamos numa pizzaria e apesar de ser um "vampiro" eu tinha que guardar toda a intensidade que existia em mim. Os nossos corações batiam em sintonia, eu não conseguia falar nada, apenas me sentia rendido por aqueles olhos.

- Vamos para casa ou outro lugar?

A voz dela e um sorriso brincalhão fizeram o meu coração vacilar novamente, como eu iria me acostumar com aquilo?

- Eu peço a conta agora, mas você já quer ir pra casa?

- Você é lerdo né João... tô falando só pra sair daqui, ficarmos a sós sei lá, na praia.

- Mas está chovendo e teoricamente os seus pais acham que você está em recuperação, não ganharia pontos com eles se você chegasse molhada.

- Passe a noite lá em casa então. Eu digo que você foi pra me olhar e te deixo tirar uns sangues.

- Seria estranho... não me sinto bem em mentir. Eu só dormiria lá se eles pedissem.

Não vou mentir, eu gostaria de ter algo com ela e mentir agora não me deixaria em bons lençóis com ela, imagine se eu fosse pedir permissão pra namorar ela depois de ter passado a noite "cuidando" dela.

- Então vamos pra um lugar, sempre vou lá pra me esconder do mundo.

Pedi a conta e paguei, mesmo ela protestando. Seguimos até uma loja abandonada, na verdade era um tipo de galpão, e ela foi subindo o muro.

- Uau, eu realmente estou curada, mesmo antes da doença era im sacrifício subir aqui, nossa.

- Estamos entrando em uma propriedade privada?

- Não menino, esse lugar pertence ao meu avô, ficou com o meu pai após a morte dele e meu pai nunca fez nada aqui. Quando eu era criança vivia aqui, ele tinha umas galinhas lá no fundo e vendia coisas aqui na frente, inclusive as galinhas que ele matava. Depois que fecharam o comércio eu vinha pra chorar ou ter paz. As vezes eu venho com a chave, mas outras...

- Você não vai adivinhar quando vai precisar vir pra cá.

- Exato, mas vamos lá para o fundo.

Ela puxou a minha mão e empurrou uma porta daquilo que possivelmente seria uma garagem no passado, tudo estava bem limpo apesar de parecer abandonado lá fora. O terreno era grande, tinha uma pequena casa ao lado, o galpão enorme e lá no fundo, no canto esquerdo tinha uma área coberta com um sofá enorme e uma mesa grande.

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