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Angel: Lydia!

O Jeep mal tinha estacionado quando a ruiva abriu a porta e saiu correndo. Assim que teve visão da prima não conteve o impulso de abraça-la. Por um minuto, ela se transportou de volta pro acidente de dois anos atrás.

Lydia: eu tô bem.

Stiles se aproximou das duas, confuso com tudo a volta.

Stiles: você tá bem?

Lydia: eu tô bem, mas aquilo alí... Não tá não.

Angel se afastou da prima, se aproximando da cadeira onde o corpo estava, sentiu um arrepio ruim subir por sua espinha.

Stiles: tá, eu vou ligar pro meu pai.

Lydia: já liguei pra polícia.

Stiles: ligou pra polícia antes de ligar pra mim?

Lydia: eu tenho que ligar pra você quando encontrar um corpo?

Stiles: claro!

Angel: liga pro Scott.

O rapaz entre elas suspirou antes de obedecer. Angel permanecia olhando pro corpo, não parecia coisa de lobisomen, não que ela tivesse conhecimento sobre isso. Todo seu conhecimento se baseava em filmes, histórias e algumas pesquisas na internet.

Stiles: tenho, garganta cortada sangue pra todo lado. Tá igual aquele filme, o iluminado, se duas menininhas gêmeas aparecerem e me pedirem pra brincar com elas pra sempre, eu não vou me surpreender.

Angel não podia escutar o McCall, mas pelas expressões de Stiles, pode perceber que Stiles não queria fazer seja lá o que foi pedido.

Stiles: ver se foram eles? Scott quem mais saí por aí cortando gargantas?

O rapaz suspirou, antes de virar pra Angel que estava mais próxima do corpo.

Stiles: faz você. Vê se tem alguma coisa no corpo.

A ruiva fez uma careta antes de se aproximar mais da cadeira onde ele estava. Tinha muito sangue escorrendo da lateral da cabeça, as mãos estavam amarradas na cadeira, e a garganta tinha um corte frontal. Mesmo com o sangue, Angel conseguiu ver parte da traquéia rasgada, também viu o hematoma de asfixia no pescoço. Continuou descendo os olhos até parar novamente nas mãos, mas agora com mais atenção, encontrou um anel.

Angel: pureza...?

Angel tomou o celular de Stiles, e respirou antes de levá-lo ao ouvido.

Angel: olha, tem um anel escrito pureza, seja lá o que significa, não acho que tenha sido coisa de lobisomen.

Scott: como pode ter certeza? A garganta tá cortada.

Angel: sim, mas qualquer um pode cortar uma garganta com uma faca Scott. Tem algo de errado.

Scott: precisamos encontrá-los, agora. Depois a gente conversa.

E assim ele desligou, deixando a ruiva frustrada.

Angel: ele sempre faz isso?

Stiles: na maioria das vezes.





Scott: então o Boyd e a Cora não mataram ninguém?

Stiles: quem dera tivessem matado.

Ver o cadáver de Heather, sua amiga de infância, afetou Stiles de uma maneira que nem ele conseguia expressar.

Scott: por que?

Stiles: eu ainda não sei muito bem o porquê... Mas a outra garota na floresta, a Emily, uma hora vão encontrá-la. Ela é mais uma. A Emily, a Heather, o cara que a Lydia achou na piscina. Os três eram virgens.

Angel estava certa no fim das contas, tinha algo errado.

Stiles: e os três tem os mesmos três ferimentos. Estrangulamento. Garganta cortada.

Angel: e cabeça esmagada.

Os dois rapazes olharam pra ruiva na porta da sala.

Stiles: chamam de a tríplice morte.

Scott: então se não são assassinatos aleatórios, são o que?

Angel: sacrifícios.

O lobisomen entre eles olhou confuso e assustado pra garota.

Stiles: sacrifícios humanos.

Scott: mas por que?

Angel: algumas pessoas estão dispostas a fazer de tudo por um objetivo.

Ficaram em silêncio por alguns minutos, até Stiles se afastar e passar as mãos pelo rosto. Sua ansiedade e paranóia atacaria agora.

Scott: a gente pode conversar?

Perguntou se aproximando da ruiva. Por um momento Angel quis recusar e ir embora, mas sabia que aquilo era muito sério pra deixar sua infantilidade atrapalhar. Ao invés de respondê-lo, ela apenas saiu da sala, esperando que ele a seguisse, o que ele fez. Do lado de fora do hospital, os dois pararam no estacionamento, perto do Jeep e da moto.

Scott: como sabia?

A ruiva deu de ombros enquanto olhava pro céu, desviou sua atenção quando sentiu a mão dele tocar seu pulso.

Scott: de algum jeito você sabia que tinha algo errado. Como?

Angel: eu já vi aquilo.

A expressão de confusão do rapaz a fez querer rir, mas apenas suspirou e desviou o olhar.

Angel: meu pai investigou um caso assim a alguns anos, acabei encontrando as fotos. Não lembro totalmente, mas lembro dos ferimentos. Minha mãe era legista, ela me ensinou a identificá-los.

Scott: achei que seu pai fosse veterinário. E por que "era"?

A ruiva desviou o olhar e sorriu fraco.

Angel: meu pai biológico era veterinário. Meu pai adotivo era detetive, e minha mãe adotiva era legista. Todos eles... Morreram.

Scott: ah... Desculpa.

A ruiva deu de ombros. Por mais que fosse um assunto delicado, tentava não pensar muito sobre.

Angel: quando eu vi aquele anel eu percebi que não era só mais uma morte. Com a chegada da Heather e o desaparecimento da Emily tudo ficou claro.

Scott: o que acha que é?

Ela voltou a olhar pra ele. Não sabia como deixar aquilo claro e fazê-lo acreditar. Não tinha provas o suficiente.

Scott: Angel?

Angel: isso é sobrenatural. Não como lobisomens, o verdadeiro sobrenatural. O que vem da natureza, não de maldição.

A confusão no rosto do rapaz só aumentava, mas ele tentava não demonstrar tanto.

Scott: aonde quer chegar Angel?

Angel: tem alguma coisa aqui Scott.











[Não revisado]


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