Maratona.
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- Quero dizer que fui presa pela falta de opções e pelo desespero momentâneo. - Ela disse.
- Conta para mim? - Carolyna perguntou e Priscila assentiu.
Desde sempre Carolyna a fazia desejar compartilhar sua vida e seus pensamentos com ela.
Algo na garota era simplesmente cativante aos seus olhos.
Aliás, algo não, tudo nela era cativante aos seus olhos.
- Meu avô voltou a ter tosses fortes e a cuspir sangue, o que fez eu me desesperar por dinheiro. Tentei de tudo, inclusive pedi em redes sociais, mas era um valor muito alto, nem se eu trabalhasse anos conseguiria.
- Você... roubou? - Carolyna indagou e Priscila
suspirou.- Começou a aparecer uns babacas oferecendo dinheiro para transar comigo e aquilo me deu muita raiva. Quem faria aquilo? Eu disse que meu avô estava morrendo e eles me tratando como prostituta, então passei o número da conta para eles e disse que iria. Trocamos mensagens e enviei fotos de mulheres nuas que achei na Internet para enganar que era eu. Eu estava com raiva... Desesperada. - Priscila disse com mágoa na voz antes de umedecer os lábios. - Eles mandaram na minha conta o dinheiro e eu bloqueei eles e vi que o dinheiro vinha fácil. Era de mil dólares pra cima, então comecei a fazer isso sempre.
- Sabe que é compreensível na hora do desespero, não é? - Carolyna disse ao ver o auto-desprezo no olhar de Priscila.
- Não, Carolyna, não é. - A maior disse sentindo sua garganta se fechar. - Faltava tão pouco dinheiro, tão pouco... Mas ninguém mais mandou dinheiro em minha conta e acabei marcando encontro com um deles. Eu o embebedei muito e furtei seu relógio, que eu sabia que valia a quantia que faltava. - Ela riu com desgosto. - Fui presa por furto e, com as acusações em meu nome, adicionaram a pena de estelionato.
- Eu sinto muito. - Carolyna disse e Priscila negou com a cabeça.
- Não sinta. Fui estúpida e acabei tendo todo o dinheiro congelado, o que resultou na morte do meu avô assim que eu fui presa. - Ela falou com pesar. - Ele morreu com a imagem de uma maldita neta criminosa.
- Priscila, não! - Carolyna disse, levando uma mão ao seu rosto. - Não pense assim, por favor. - Pediu. Ela estava odiando ver a maior se sentir daquela forma. - Aposto que ele sempre se orgulhou muito de você e deve ter imaginado que você queria o dinheiro. Ele te conhecia...
Os olhos castanhos se focaram nos de jabuticabas e mesmo na penumbra do local elas se viam nitidamente.
- Você acha? - Priscila indagou. - Eu nunca tive a chance de explicar. Eu...
- Ele sabia. Tenho certeza. - Carolyna disse, se aconchegando mais nos braços de Priscila. - Eu, que te conheço há pouco, saberia, imagina seu avô que com certeza viu seu esforço por ele ao longo dos anos.
A maior suspirou e apoiou sua testa na de Carolyna, fechando os olhos ao sentir a carícia da menor em seu rosto.
- Eu fui liberada para ir no enterro dele. - Priscila disse baixinho. - Fui algemada, mas estive lá. Pedi perdão... Espero que ela tenha me perdoado.
- Ele não tem do que te perdoar, amor. - Carolyna sussurrou, fazendo Priscila abrir os olhos ao ouvir a menor proferir aquela palavra. - Aposto que se ele pudesse, ele te agradeceria por colocar a vida dele acima de todo o resto e lutar por ele.
- Obrigada. - Priscila disse, dando um meio
sorriso. - Eu acho que quero te beijar... - Ela sussurrou e Carolyna sorriu.- Só acha? - Carolyna perguntou, deixando um bico manhoso enfeitar seus lábios.
A maior sorriu abertamente.
- Eu tenho certeza de que quero te beijar. - Priscila corrigiu.
- Está esperando o quê? - Carolyna indagou e Priscila sorriu, se inclinando para capturar os
lábios macios da menor entre os seus.Carolyna riu entre o beijo ao sentir Priscila mordiscar seu lábio inferior e levou sua mão até a cintura de Priscila, apertando-a.
- Eu passaria o resto da vida com você assim. - Priscila falou com a voz meio abafada e Carolyna suspirou.
- Não entendo como você é a líder disso aqui. - Carolyna disse e Priscila riu.
- Quando eu te contar você não vai acreditar. - Ela falou, descendo beijos pelo pescoço da menor, que arfou e fechou os olhos.
- Você disse "Quando"? Isso quer dizer que vai me contar? - Carolyna perguntou e retesou os músculos do abdômen quando as mãos de Priscila adentraram sua camisa e acariciaram a região.
- Sim... Não vou te esconder mais nada. - Priscila falou, sentindo Carolyna segurar sua mão, que migrava para seus seios.
- Então me conta agora, Pri... - Carolyna pediu com a voz densosa e Priscila franziu o cenho.
- Agora? Não podemos transar rapidinho antes? - A maior perguntou e Carolyna sentiu seu centro avisar que ela estava excitada.
- Eu adoraria, mas quero saber. - Carolyna falou com muito esforço e a maior negou.
- Preciso conversar com alguém antes... - Priscila disse e Carolyna franziu o cenho. - Mas eu juro que vou te contar.
- Não pode dizer nem uma prévia? - Carolyna
perguntou mordendo o lábio inferior e Priscila riu.- Não seja curiosa, eu te direi, mas não agora. - Ela avisou e Carolyna entortou o canto dos lábios. - Vamos lá, não faça essa cara. Vou confiar em você mais do que em qualquer pessoa nessa prisão.
- Até mais que em Malu? - Carolyna indagou confusa.
- Sim. Ela não sabe por que vim presa, não gosto de falar disso. - Priscila informou e Carolyna assentiu, envolvendo os braços ao redor do pescoço de Priscila.
- Então acho que vou aceitar a proposta de transarmos. - Carolyna murmurou. - Mas nada de rapidinha não, quero fazer amor com você por horas... - Sussurrou contra os lábios da maior.
- Fazer amor, hm? - Priscila indagou alegre e Carolyna assentiu.
- Sim... Quero transar com carinho... - Ela murmurou e Priscila sentiu sua respiração acelerar ao ouvir o tom de voz de Carolyna.
Ela engoliu em seco e apenas assentiu, afundando sua língua na de Carolyna com paixão e lentidão, sentindo seu coração bater não só descompassado, senão feliz também.
Estava com quem queria e, apesar de estar presa, vivia finalmente um momento feliz em sua miserável vida.
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Presa Por Acaso | Capri
Fanfiction[CONCLUÍDA] O que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Carolyna Borges não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente pa...