Capítulo 11.

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Conforme cada página era engolida pelo cérebro de Carolyna, Priscila assistia cada reação da menor, que estava deitada em sua cama enquanto Priscila estava apoiada na grade do lado de fora, vendo o movimento dos corredores e, disfarçadamente, admirando Carolyna.

Um riso gracioso chamou a atenção de Priscila, que até tentou ignorar, mas não conseguiu.

- O que está lendo? - Priscila perguntou e Carolyna  abaixou o livro e ergueu a vista para ela, vendo-a de braços cruzados do lado de fora.

- Uma comédia romântica. - Carolyna disse e Priscila assentiu.

A menor percebeu que Priscila iria dizer algo, porém fechou a boca sem proferir palavra alguma.

- Já leu esse? - Ela perguntou, erguendo o livro para Priscila ver a capa alaranjada e amarelada, onde continha duas mulheres.

- Já li todos eles. Esta semana chegam mais livros que pedi. - Priscila falou e Carolyna assentiu.

- Posso pedir alguns também. Só preciso esperar minha irmã vir me visitar. - Carolyna disse e Priscila deu um passo para dentro da cela.

- Ela ainda não veio te ver ou estou enganada?

- Veio no dia que cheguei, mas ela anda ocupada com algumas coisas importantes. - Carolyna disse, colocando o marcador de páginas no livro antes de fechá-lo.

- Quanto tempo você, uh, pegou? Você disse à médica que não pode ter a pena reduzida. - Priscila falou, entrando de vez na cela antes de encostar na parede, parando de frente para Carolyna.

- Vinte e dois anos. - Carolyna disse, vendo Priscila arregalar os olhos. - E você?

- Não te inter...

- Para com isso. - Carolyna pediu, vendo os olhos castanhos a encararem após terem fitado o chão. - Está claro que você quer conversar comigo e se aproximar. Eu não sei por qual razão você precisa tentar manter sua pose de durona, mas comigo isso realmente não está funcionando.

Priscila bufou.

- Não é uma pose. - Priscila falou e Carolyna riu baixinho.

- Tudo bem, mas mesmo que você seja assim, comigo não está funcionando. Está ficando vergonhoso você tentar me evitar, mas sempre
puxar assunto.

- Eu não sei por que eu ainda ouço o que você diz. - Priscila reclamou e Carolyna riu, levantando rapidamente da cama para prender os dois braços ao redor de Priscila, impedindo que ela voltasse a sair.

- Não precisamos ser amigas, se é isso que teme, porém tampouco precisamos ser duas desconhecidas, Priscila. - Carolyna falou e a ruiva olhou para os braços ao seu redor.

- Você realmente não tem medo de mim, não é? - Priscila perguntou com o músculo do maxilar enrijecido e Carolyna sorriu.

- Às vezes, mas cuidando de mim e se preocupando comigo do jeito que você faz, fica difícil manter em mente que preciso ter medo de você.

Priscila suspirou e a fitou.

- Só senti pena de uma pobre coitada que seria vítima de Valentina. - Priscila disse e Carolyna sorriu.

Qual era o problema dela que, não importava o que Priscila falava, sempre sorria?

- Você se preocupou mais cedo com a minha alimentação, Caliari. Você realmente precisa
melhorar seus argumentos. - Carolyna disse e
Priscila a empurrou.

- Eu não preciso melhorar porra nenhuma. - Priscila disse exasperada e Carolyna encolheu os ombros.

- Como quiser. - Carolyna falou, voltando a se deitar em sua cama e retornando para sua leitura.

Presa Por Acaso | Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora