Capítulo 16.

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Emergir após você ter quase se afogado te faz sentir aliviado, exasperado, inquieto, feliz e ao mesmo tempo desesperado.

Sua respiração se descontrola e seu pulso acelera inexplicavelmente.

Era exatamente assim que Priscila se sentia, como se quase houvesse se afogado.

Carolyna era o seu mar.

Os lábios quentes sobre os seus não a deixavam pensar, só sabia de algo:

Precisava de mais.

E foi com tal pensamento que apenas permitiu a passagem da língua da menor, vibrando internamente com o contato.

Não era um beijo qualquer, era Carolyna ali.

Anna Carolyna Borges.

Ela não podia acreditar naquilo, não conseguia cair sua ficha de que beijava a garota que...

Ela vetou seus pensamentos quando a menor chupou seu lábio inferior e enfiou as duas mãos por dentro de sua camisa, arranhando as unhas curtas em sua pele, causando a inflamação de todo seu corpo.

Carolyna voltou a aprofundar o beijo e Priscila a puxou mais para si, levando uma de suas mãos até os cabelos da nuca da menor e a enfiando ali, os puxando de leve, sentindo a textura sedosa dos fios entre seus dedos enquanto suas línguas se encontravam em um perfeito encaixe.

Carolyna arfou contra sua boca e apertou sua cintura, tentando juntar ainda mais os corpos, como se os tentasse fundir.

- Detentas! - A voz firme e ríspida de uma das guardas fez elas separarem as bocas, sem se afastarem totalmente. - Aqui não é lugar para isso.

Ambas assentiram, se afastando de vez uma da outra.

- Não deveríamos ter feito isso. - Priscila, que possuía seu lábio ligeiramente avermelhado, falou e Carolyna negou com a cabeça.

- Claro que deveríamos. - Disse, sem se importar com o fato de pouco tempo atrás ter pensado que deveria tentar não se apaixonar por Priscila.

- Você tem problemas de interpretação? - Priscila perguntou. - Daniela disse para você não encarar e você me encarou, eu disse para não se aproximar e você vive criando conversas íntimas, agora digo que não deveríamos e você diz que sim.

- Não tenho problemas de interpretação, apenas sei formar opinião própria. - Carolyna rebateu e Priscila suspirou, indo em direção à sua cela.

- Pare de me seguir, Carolyna! - Priscila pediu.

- Só quando me disser por que não deveríamos. - Carolyna falou e Priscila entrou em sua cela, subindo em sua cama e se virando para a parede.

Carolyna suspirou e se encostou na parede de frente para o beliche.

- Eu não sabia que te incomodava tanto assim, desculpe.

- Não faça isso.

- Isso o quê? - Carolyna perguntou e Priscila se virou para ela.

- Esse drama todo, me mostrando que estou reagindo exageradamente. - Priscila explicou e
Carolyna a fitou, sorrindo fraco antes de assentir e se deitar em sua cama.

O silêncio perturbador fez Priscila suspirar.

- Carolyna?

Silêncio.

- Carolyna?

- O que é? - A morena perguntou e Priscila se equilibrou em seu peito, olhando para a cama de baixo.

Presa Por Acaso | Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora