Maratona.
1/5
🥀☾
Carolyna teve o resto do dia tranquilo na medida do possível, tomou seu banho sem ninguém incomodar, sequer viu Caliari naquele horário e as outras detentas tampouco incomodaram, porém, seu medo ainda se baseava em Valentina.
Ela sairia em poucos minutos da detenção e iria para a cela delas.
Carolyna se desencostou da cama e se levantou quando viu que seria revistada.
Tudo ocorreu bem e o horário chegou.
O mesmo sorriso prepotente da noite anterior brincava nos lábios da outra garota.
- Sentiu minha falta? - Ela perguntou, se aproximando.
- Por favor, me deixe em paz. Eu não te fiz nada. - Carolyna disse, um pouco mais temerosa do que gostaria.
Estava cansada de lutar, no entanto, sabia que ainda tinha muito mais pela frente.
- Sabe que ficar em um quarto escuro por vinte e quatro horas não me agradou muito? - A mulher disse, vendo Carolyna se levantar e ir para o canto da parede.
- Eu não quis...
- Chega de conversa. - A garota disse, puxando Carolyna pela cintura com força.
A menor tentou se soltar, mas a garota imobilizou suas mãos e pressionou sua pélvis contra a menor, não deixando-a ser capaz de chutá-la.
- Sua pele é muito macia. - A garota murmurou, distribuindo beijos por seu pescoço.
- Priscila não gostaria disso. - Carolyna disse, fechando os olhos fortemente e, como num passe de mágica, a garota se afastou, a olhando confusa.
- O que ela tem a ver com isso? - Valentina perguntou e Carolyna respirou fundo.
Teria que dizer aquelas palavras em voz alta, seria estranho, primeiro porque teria que fazer parecer ser verdade, segundo porque não sabia até onde a outra sustentaria aquela mentira.
- Bem, ela me escolheu para, huh, ser a mulher, você sabe, dela. - Carolyna disse bastante hesitante, experimentando o sabor estranho daquelas palavras em sua boca e Valentina estreitou os olhos.
- Desde quando?
- Esta tarde. - Disse firmemente e a outra passou a mão na nuca, parecendo um pouco desnorteada.
- Acha que tenho medo dela? - Valentina perguntou e Carolyna negou rapidamente.
- Eu só, bem, estou te avisando. - Carolyna disse, vendo Valentina a olhar ainda cética.
- Amanhã falarei com ela, mas se isso for uma mentira, espero que saiba que não serei carinhosa na noite de amanhã.
Carolyna assentiu e suspirou aliviada quando a outra subiu no beliche e se calou.
Deus que tivesse misericórdia dela, se descobrissem a mentira ela estaria em maus lençois.
[...]
O corpo magro corria desesperado para a cantina no dia seguinte, procurando pelos olhos castanhos.
Assim que encontrou, foi em direção à Priscila, se sentando na sua mesa sem pedir autorização.
- Você disse para eu dizer aquela merda, então por favor, não volte atrás em sua palavra, caso contrário eu estarei bem, bem, bem fodida. - Carolyna disse eufórica.
- Quem te mandou sentar? - Priscila perguntou rudemente.
- Eu só... Só precisava falar com você antes da, huh, Valentina. - Carolyna disse fitando suas mãos.
- Já falou. - Priscila disse friamente e Carolyna suspirou, assentindo e se levantando.
- Desculpe, eu não quis te atrapalhar. - Ela pediu cabisbaixa.
- Esteja na minha cela no mesmo horário de ontem e deixe os outros saberem disso. Vá sorrindo. - Caliari disse seriamente e Carolyna assentiu, indo para a fila.
- Hey, não teve problemas ontem à noite? - A voz de Yasmin soou preocupada assim que parou atrás dela na fila.
- Não. - Carolyna disse, vendo Valentina surgir na porta da cantina.
Carolyna viu o exato momento onde ela marchou em direção à mesa de Priscila e se debruçou sobre ela, apoiando as duas mãos na mesa.
Aparentemente aquela era a nova atração do lugar, porque Carolyna viu todos os pares de olhos voltados para as duas.
Priscila a olhou friamente antes de dizer algo que Carolyna não pôde ouvir devido à distância.
Valentina pareceu irritada e Priscila disse mais alguma coisa, fazendo Valentina dar um soco na mesa.
Priscila se levantou e deu a volta na mesa, ficando cara a cara com Campbell.
Ela disse algo com o músculo do maxilar enrijecido e Valentina bufou antes de abaixar os olhos, assentir e ir a passos duros até a fila, ou seja, bem atrás de Yasmin.
Carolyna viu Priscila se aproximar dela e então sorrir.
Caramba!
Era a primeira vez que via seu sorriso.
A menor não se atreveu a olhar para Yasmin, afinal Valentina estava bem atrás dela e não sabia o que ela tinha conversado com Priscila.
A surpresa de Carolyna aconteceu quando sentiu um braço delicadamente se enlaçar em sua cintura antes de colar seus corpos.
Era Priscila.
Carolyna prendeu a respiração ao se atrever a olhar para cima.
Os olhos castanhos fixados nos olhos de jabuticaba e um sorriso lindo brincando em seus lábios.
- Nos vemos mais tarde? - A voz rouca e sexy fez Carolyna engolir em seco e assentir, totalmente paralisada ante àquela visão.
Priscila se inclinou e deixou sua boca a centímetros de distância da de Carolyna, fazendo seus narizes se tocarem e seus olhos mergulharem um no outro.
A menor podia jurar que sentiu seu corpo tremer e seu coração disparar em seu peito.
- Então eu te espero na minha cela. - Priscila disse ligeiramente mais baixo, apertando um pouco mais Carolyna contra seu corpo antes de se inclinar um pouco mais e relar seus lábios suavemente sobre os de Carolyna, em um selinho demorado.
A maior se afastou e Carolyna sentiu seu corpo inteiro tremer; ela ainda era capaz de sentir a chama que se acendeu em seu interior graças ao calor dos lábios macios de Priscila.
- Menina, o que foi isso? - A pergunta de Yasmin trouxe Carolyna de volta.
- Eu não sei. - Carolyna disse levemente desnorteada, se virando e olhando para Yasmin com a expressão paralisada.
- Como não sabe? - Ela perguntou contusa.
- Meio que desde ontem nós... Estamos juntas. - Carolyna falou, olhando para a figura de Priscila, que se afastava enquanto olhares se abaixavam para não cruzar com o dela.
- Ela escolheu você? - Yasmin perguntou retoricamente. - Uau, parabéns. Você é a primeira garota que ela arruma aqui dentro. Ela sempre renegou todas e eu só não achava que ela fosse heterossexual por causa do meu gaydar.
- Salada? - A mulher na frente delas perguntou e Carolyna assentiu.
- Espere! Você é tipo minha patroa agora? Porque se é a mulher da Caliari e tudo o que ela pede todas fazem, farão isso para você também. - Yasmin deduziu. - Oh céus, eu devo te chamar de senhorita?
- Você deveria calar a boca e irmos comer. - Carolyna disse rindo, mas viu Yasmin assentir freneticamente antes de fazer o que ela pediu.
Apesar da conversa que engatou com Yasmin após isso, a única coisa que sua mente conseguia pensar era:
O que Priscila queria com ela mais tarde?
☾
VOCÊ ESTÁ LENDO
Presa Por Acaso | Capri
Fanfic[CONCLUÍDA] O que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Carolyna Borges não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente pa...