Capítulo 5.

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- Hey... - A voz fina de Yasmin tirou Carolyna de seus devaneios. - Posso me sentar? - A garota perguntou gentilmente e Carolyna assentiu.

- Obrigada por ont..

- Shiiu... - Yasmin sussurrou, olhando em volta. - Não cite jamais, nunca, em hipótese alguma, que fui eu que comecei com aquilo.

- Tudo bem, mas... obrigada. - Carolyna disse gentilmente e a morena assentiu sorrindo.

- Como você está? - Ela perguntou apontando para o curativo na testa de Carolyna e a mais nova iria responder, mas viu o momento onde Priscila passou com sua bandeja de comida nas mãos e desacelerou o passo, como se quisesse saber daquela informação.

Carolyna se calou, esperando ela passar e se surpreendeu quando a garota se sentou na mesa ao lado da dela.

Seus olhos castanhos se encontraram e nenhuma das duas se atreveu a desviar o olhar, até Yasmin rir baixinho, soltando uma espécie de ronco junto, o que chamou a atenção de Carolyna.

- Estou bem, doeu para inferno ontem, mas já estou melhor. - Carolyna disse e Yasmin assentiu.

- Está noite ela sai da detenção, o que fará? Aquela barulheira da noite passada não poderá se repetir, seria suspeito. - Yasmin disse apenada e Carolyna sorriu-lhe fraco.

- Não sei, na verdade. Ter o outro lado da testa estourado até eu desacordar? - Brincou sorrindo fraco.

- Não diga isso. - Yasmin disse tristemente e Carolyna suspirou.

- Se for para ser violentada eu prefiro que eu esteja desacordada do que ter a repugnante imagem daquela mulher em cima de mim. - Carolyna disse firmemente. - Não vou deixar que ela toque em mim.

- "Ah, eu vou gritar, mas você não toca em mim". - A voz de Nicole assustou Carolyna. A garota jogou sua bandeja sobre a mesa e sorriu. - Caramba, mulher, eu virei a sua fã. Ninguém nunca desafiou a Valentina antes.

- Obrigada, huh, eu acho. - Carolyna disse confusa.

- Não fomos apresentadas, sou a Nicole e você é a minha mais nova amiga. Você não tem opções, se não aceitar eu esmago seu crânio. - Disse, fazendo Carolyna arregalar os olhos. A risada alta e escandalosa de Nicole chamou a atenção de várias pessoas. - Eu estou só brincando.

- Oh. - Carolyna disse ainda em estado de choque. - Eu me chamo Carolyna. - Ela disse, mas a a figura de uma morena, com o maior dos sorrisos estampado em seu rosto, chamou a atenção de Carolyna .

Unicamente porque ela sorria para Priscila.

Será que...

- Você se deu mal pegando a mesma cela que ela. Aquela mulher é perigosa. - Nicole disse.

Carolyna suspirou, vendo Priscila se levantar com a morena e saírem.

- Eu percebi.

- Nem a Caliari enfrenta ela, elas se evitam. - Nicole disse, começando a comer sua maçã. - Todos sabem que a Caliari ganharia ali, inclusive ambas, mas elas não se bicam, é como se fugissem de confusão. - Carolyna estranhou aquilo.

- Elas... costumam travar guerras inesquecíveis de olhares, hm? Para mostrar quem manda. - Carolyna disse e Yasmin riu baixinho, soltando outro ronco.

- Não. Elas sequer se olham, nenhuma invade o território da outra.

Priscila praticamente expulsou Valentina com o olhar no dia anterior no banheiro, pensou Carolyna ainda mais confusa.

Passaram o restante do tempo conversando e definitivamente Yasmin tinha razão, Nicole era um amor de pessoa.

Mais tarde naquele mesmo dia, Carolyna se dirigia até o pátio no intervalo para tomar sol, porém sentiu seu corpo sendo puxado para trás e alguém tampar sua boca.

Sua primeira reação foi se espernear, mas foi em vão.

- Calma aí que ninguém quer te machucar, é só uma conversa.

Carolyna ouviu alguém dizer, no entanto não conhecia aquela voz.

Deixou-se ser arrastada até o corredor das celas quando viu que não tinha mais forças para lutar.

Quando seu corpo foi jogado dentro de uma das celas, seus olhos se arregalaram em surpresa.

Priscila Caliari estava deitada na cama de cima a olhando intensamente.

- Ela é magrela, mas tem força. - A morena, que agora Carolyna podia identificar ser a garota que estava com a Priscila no horário da refeição, disse.

- Deixe-nos a sós, Maria Luisa. - Priscila disse e a morena assentiu.

Saiu da cela e ficou de vigia do lado de fora da mesma para ninguém incomodar, enquanto segurava a ponta do lençol que tampava a visão para dentro daquela cela.

- O que... o que quer? - Carolyna perguntou.

A verdade era que ela se atrevia a encarar Priscila enquanto estava longe, mas perto daquele jeito sentia-se intimidada.

Aquele castanho perfurante a desconcertava completamente.

Será que era por ela encarar que estava ali?

Deveria ter ouvido a policial Soomin quando teve a chance.

- Você vai dizer a todos desse maldito lugar que você está comigo, que agora é minha mulher. Entendido? - A voz rouca soou firme, causando involuntariamente arrepios no corpo de Carolyna.

- Não sou sua mulher. Apanhei ontem de outra pessoa por ter esse mesmo pensamento e você pode mandar sua capacho entrar aqui agora mesmo e me arrebentar, mas você não vai tocar em mim. - Disse firmemente, nem sabendo de onde havia saído tanta coragem.

Seu coração batia descompassado em seu peito, claro, acabará de se opor a algo que a pessoa que julgam ser a líder absoluta de tudo pediu.

Ela, certamente, não duraria até o fim dos seis
meses.

Seus pensamentos foram cortados quando ela viu a figura em sua frente pular da cama de cima no chão e se aproximar dela, que, sem perceber, deu dois passos para trás.

Suas costas tocaram a parede e seus olhos fitaram a garota mais alta em sua frente, a centímetros de distância dela agora.

Prendeu a respiração diante àquela aproximação.

- Eu acho que eu não fui clara o suficiente. Você vai dizer a todos, inclusive às suas amiguinhas, que agora é minha mulher. - Falou roucamente. - E em mulher de Priscila Caliari, ninguém, preste atenção, ninguém toca. - Carolyna piscou confusa quando a outra se afastou.

- Você não vai tentar nad...

- Já pode dar o fora. - Priscila disse friamente e Carolyna franziu o cenho.

Priscila disse que era para ela dizer...

Espere!

Estaria, Priscila Caliari, oferecendo proteção gratuita?

Não teve tempo de perguntar, porque o toque para o banho soou, fazendo-a sair dali com um enorme ponto de interrogação em sua cabeça.

Perdão por estar um pouco ausente daqui, já já eu volto com maratona...

Presa Por Acaso | Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora