Capítulo 4.

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O famoso toque de recolher soou e todas foram rumo às suas celas.

Carolyna havia passado no começo do dia nela, apenas para saber a localização, porém não tinha ideia de com quem dividiria o ambiente.

Ela estava exausta e só queria dormir, por isso foi até sua cela, mas antes de entrar viu a figura de Yasmin entrando na cela de frente para a sua.

O que dividia o espaço entre as celas era os corrimões azuis, que eram proteção para ninguém cair no enorme vão do meio do local, que dava a visão clara das celas de baixo.

Sem mais delongas ela entrou, vendo um vaso sanitário no canto da cela e um minúsculo lavatório.

Não que usassem o vaso dali sempre, tinham banheiros fora das celas.

Mas e se uma delas tivesse dor de barriga durante a madrugada?

Pensou Carolyna.

Teriam que fazer suas necessidades na frente da outra?

Definitivamente Carolyna não sabia quem ficaria mais constrangida.

Céus, ela rezou por não terem dor de barriga.

Seus olhos analisaram o beliche, porém a dúvida lhe surgiu.

Qual seria sua cama?

Seu olhar se focou no pôster de uma banda desconhecida por ela na parede de cima, então ela presumiu que sua cama fosse a de baixo.

Se sentou na cama e viu uma revista sobre ela, com seu nome.

Sim, aquela era mesmo sua cama.

Um longo suspiro se esvaiu de seus pulmões quando viu a letra de sua irmã, pedindo para ela abrir na página doze.

Seus olhos se esbugalharam ao ver uma foto sua algemada enquanto a levavam para o carro de polícia.

Sua irmã pede para ela não contar que é rica e lhe manda a porra de uma revista onde "A milionária Carolyna Borges foi presa, nesta quarta-feira, por ser a principal suspeita no assassinato do Empresário Lucas Borges."

Genial a ideia a de sua irmã, pensou revirando os olhos.

Carolyna soube que a revista não era tão atualizada, afinal de contas, agora já não era a principal suspeita.

Era a assassina.

Pelo menos aos olhos das leis e dos milhões de telespectadores.

Ela fechou a revista quando viu alguém se aproximar e logo seus olhos reconheceram a figura.

Ela rezou internamente para não fecharem aquelas celas, não poderia, não era justo com ela.

Dividir a cela com Valentina estava fora de cogitação.

Mas era sua realidade e, à medida que a garota se aproximava, um sorriso vitorioso ia preenchendo seus lábios.

- Olá novamente, novata. - Ela disse, enfiando as mãos nos bolsos da calça marrom clara, fazendo Carolyna a olhar receosa.

- Olá. - Carolyna disse, até que a garota subiu em sua cama e se calou.

Carolyna rasgou a parte da revista onde falava sobre ela e sem pressa picotou em centenas de pedaços, até que sua imagem foi desaparecendo por completo.

Outra vez o ruído, exatamente como sirenes, soou nos corredores e logo Carolyna viu que policiais estavam indo de cela em cela, revistando as garotas antes de fecharem o local.

Presa Por Acaso | Capri Onde histórias criam vida. Descubra agora