Capítulo 14

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Aurora

Pede da próxima vez? O que eu tava fazendo?

Ele estava do meu lado assistindo filme chato. Incrivelmente chato! Mas eu fiquei sem sono, e de vez em quando olhava para a porta do banheiro achando que do nada meu padrasto ou meu pai fosse surgir dali.

Fala sério! Eu estava no espaço e ambos estavam mortos.

Como convencer minha mente disso? É simples. Não vou.

Resolvi falar a real.

- Falei com Lucy enquanto decorava o quarto.

Dylan olhou para as paredes cor de rosa.

- Ah sim...imaginei uma cor mais escura.

Revirei os olhos.

- Amo rosa! Você que me interpretou mal. Adoro rosa, flores e romance clichê.

Ele sorriu.
Com dentes e tudo.

- Enfim...Lucy quer que eu faça terapia. E acho que ela tem razão. Estou com medo de fantasmas.

Falei colocando um bocado de sorvete na minha boca.

- Está tudo bem, eu sabia que ia ser um processo estranho pra você. Uma rotina nova, tudo novo em menos de um mês.

Ele tinha razão.
Eu estava na terra e derrepente...boom! Nave espacial no meio do espaço com vista para a terra.

- É...

Deixei o pote no criado-mudo e voltei a me deitar. Vi algumas explosões e então dormi com a cabeça no ombro de Dylan, e não foi nada estranho. Na verdade...me senti segura e confortável. Terrivelmente confortável.

Abri os olhos no momento em que senti um peso em minha cintura. Estava de lado e...ah meu Deus...

Eu estava dormindo de cochicha com Dylan! Que clichê...

- Ah não...

Murmurei ao me virar.
Dylan dormia e se mexia muito.

Ele murmurou algo em meu pescoço. Dei uma risada ao ouvir: Sai da minha cama.

- É minha cama e você tá fora!

Murmurei de volta.
Olhei para o relógio pendurado. Era cinco da manhã! Eu queria dormir! Faltam duas horas para me levantar.

- Dylan...
- Já to indo, pai...
- Dylan!
- Mãe me você achou minhas meias?

Hesitei.
Ele tava tendo um sonho com a mãe. Era um sonho bom. Ele sorria enquanto dormia.

Respirei fundo e voltei a me deitar quando ele se aquietou após dar uma pequena risada e me apertar contra si. Odeio ter que admitir. Mas dormir abraçada é legal.

Senti sua mão segurar a minha e ficamos ali abraços. Ora que se dane! Vou dormir assim e dessa vez...sem pesadelo nenhum.

...

Fiz uma careta ao ouvir um barulho. Um barulho de pessoa desastrada e não um barulho de que eu deveria fugir.

Levantei a cabeça e vi Dylan pegando meu abajur.

- Tentei não te acordar.
- Não deu certo.

Me arrastei para fora da cama.

- Estou morta!
- Acabou de acordar, lindinha.
- Estava fugindo como ladrão. Esqueceu que só eu tenho permissão para deixar alguém entrar ou sair?

Ele corou.

- Iria pedir café no quarto.
- Oh...quero dunuts.

Ele se afastou e pus a mão sobre o sistema. Hesitei ao vê-lo pedir o café.
Ele não era como eles...

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