Eco da esperança

Capítulo 20

Aurora

Já estava saindo do banheiro, já vestida e o cabelo lavado ao ouvir a porta bater.

Fui até o painel de câmeras que foi instalado enquanto eu estava desacordada, foi ideia de Dylan e ele mesmo havia instalado.

Ao vê-lo pela câmera de segurança dei risada ao vê-lo com os olhos quase fechados e um cobertor azul felpudo em volta dos ombros.

O que ele fazia aqui?

Liguei o comunicador.

- O que tá fazendo? Você tem acesso.
- Mas não permissão.

Meu sorriso ficou preso em meu rosto.

Ele queria minha permissão? Era isso mesmo?

- Tá...pode entrar.

Desliguei a câmera e ele entrou no quarto.

- O que houve? São quase uma da manhã!

Ele franziu o cenho ao olhar pra mim.

- E você lavou o cabelo.
- Não tenho tempo de fazer durante o dia! E aliás...não há dia no espaço!

Ele sonolento seguiu até o sofá de três lugares, empurrou a mesa de centro e se deitou ali cobrindo-se até o queixo.

- Ok...você não tá bem. O que tá fazendo?

Dylan abriu apenas um olho.

- Tentando dormir.
- Você tem um quarto, uma cama...
- Não quero dormir lá, ok?

Ia falar, mas resolvi deixar pra lá e segui até a cama. Ele dormiu rapidamente de boca aberta.

Puxei minhas cobertas e me deitei para dormir. Por incrível que pareça...hoje não fiquei olhando para a porta com medo de que alguém entrasse, eu apenas...dormi.

...

Já eram nove da manhã e ele ainda dormia com o cobertor sobre a cabeça.

Pensei em deixá-lo ali, mas ele andou deixando de lado suas obrigações para com a nave, então me aproximei e puxei seu cobertor. Ele fez uma careta.

- Já está na hora de ir até seu quarto e se vestir apropriadamente para ir até seu pai.

Ele gemeu e tentou puxar o cobertor, mas puxei de volta.

- Vamos!

Ele cedeu e num bocejo se levantou da cama.

- Pelo visto dormiu bem no meu sofá.

Ele deu um meio sorriso.

- Até que é bonzinho.

Joguei o cobertor em seu rosto.

- Engracadinho. Vamos logo, eu vou direto tomar café e você vem junto, precisa comer.
- Preocupada com minha saúde, lindinha?
- Só não quero ter que te levar pra enfermaria. Agora levanta!

Ele depois de um tempo seguiu para o banheiro e molhou o rosto.

- Vamos lindinha.

Seguimos para seu quarto, esperei ele tomar banho e se vestir. Seu quarto estava limpo, mas a cama estava bagunçada, aproveitei para arruma-lá.

Dylan saiu do banheiro já vestido e o cabelo já limpo.

- Agora, sim!

Ele revirou os olhos e sorriu deixando a toalha em cima da cama.

- Velhos hábitos nunca mudam.

Resmunguei.

Peguei a toalha e pendurei na tela própria para secar preso a parede. Já estava quente quando coloquei a toalha.