Capítulo 22

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Aurora

- Não me sinto bem fazendo isso.
- Pra uma espiã, você é péssima!

Genevieve deu um suspiro e conseguiu acesso no sistema de Susana.

- Aí está. Grayson MacLaren.

Olhando na tela do computador, vi que era mesmo jovem. Tinha cabelos loiros dourados, pele clara com várias sardas nas bochecha e nariz, tinha olhos verdes e um rosto quadrado.

- Vinte e seis anos, um metro e noventa e cinco, foi criado no complexo da terra e vive lá até hoje. É mestre em artes marciais, tem o mesmo QI que o seu! Legal.
- Continue! Não temos tempo.

Genevieve continuou.

- Ele é bom em basicamente tudo! Ele é muito jovem, mas domina todas as áreas. Ele é um prodígio, assim como você e Dylan.

Me afastei da mesa de Susana e indiquei para fechar o computador.

- Já foi o suficiente.

Genevieve franziu o cenho.

- Ele é tipo meio inteligente e vai ser nosso capitão. E tem mais...tem o contato dele aqui.

Balancei a cabeça em negativa.

- Já inflingimos a lei de invasão.
- Eu pegaria!

Gritou Nazeera da porta.

- Vigia!

Nazeera voltou a vigiar.

Não sabia se era uma boa ideia, mas havia acordado decidida a saber mais sobre a equipe da terra e a equipe que estava em outra galáxia. Sabia que a equipe da terra poderia ter mais informações que nós, por isso quis invadir o computador de Susana e procurar o único nome que ela mencionou. Grayson.

- Anotei!

Arregalei os olhos para Genevieve.

- Acham mesmo uma boa ideia?

Genevieve fechou o computador e não deixou rastros de nossa invasão.

- Melhor do que ficar se perguntando " E se eu tivesse procurado?"

Peguei o papel anotado e Nazeera indicou para irmos embora.

- Vamos antes que desconfiem de Genevieve estar parada no jardim em um ponto cego.

Ah sim...havíamos tirado o rastreador de Genevieve para que ela nos ajudasse. Ela me devia uma afinal.

Genevieve foi para o ponto cego e surgiu na câmera andando até o banco com os ombros baixos. Fomos até ela e fingimos conversar, depois me separei delas e elas seguiram para o refeitório.

- Aurora!

Me virei ao ouvir Nazeera.

- Você vai ?

Ela falava do aniversário de Dylan.
Balancei a cabeça em negativa.

Ir a uma festa era algo demais pra mim.

- Vou avisar que não deu pra ir.

Assenti.

Apesar dos erros de Nazeera, ela não era má pessoa. Só escolheu o caminho errado a se seguir.

Segui para meu quarto.

...

A aula hoje foi no setor branco. Susana me confidenciou que contou a verdade para Dexter, não o vi no setor e temia o que ele faria ao me ver.

Não pensei muito sobre isso.

No final decidi ficar no setor branco para ficar mais perto da tecnologia, de todos os estudos era a tecnologia a qual eu deveria estudar mais ao longo desse tempo, fora a medicina.

Susana apenas sorriu e disse que eu poderia começar pela manhã, recebi o uniforme que era totalmente branco, até mesmo os sapatos de salto.

Deixei a roupa no cabide e me joguei na cama para dormir.

365 dias...em 365 dias eu iria para outra galáxia. Todos nós iríamos estudar cada setor e quem nós avaliaria era membro do conselho de cada setor.

Teríamos que fazer tudo as escondidas.

Já estava quase dormindo quando a porta bateu. Fui até a tela das câmeras e vi o Dexter com as mãos em seus bolsos.

Abri a porta e vi que ele estava péssimo.
Seus olhos estavam vermelhos, estavam escuros em volta dos olhos, indício de que não havia dormido.

Não consegui falar, não consegui convidá-lo para entrar...

- Oi, maninha.

O puxei para um abraço e ele me apertou me erguendo do chão. Choramos juntos baixinho.

- Tá ensopando minha camisa!

Dei uma risada chorosa ao soltá-lo.

- Então você sabe.

Dexter sorriu assentindo.

- Sim, devia ter desconfiado. Nossa mãe até doou o sangue dela pra você no dia do ataque.

Dei um meio sorriso.

Nossa mãe...

Era estranho. Muito estranho.
Minha mãe na terra era uma pessoa completamente diferente, eu não a chamei de mãe por um bom tempo e agora a via cada vez menos.

Apesar dela ter me criado, ela não foi uma mãe de verdade, porquê ela não era...

Ela tentou me amar, mas o seu amor por dois homens tirou isso dela. Tirou o amor que eu sentia por ela também.

Dexter entrou e fechei a porta.

- Soube que você entrou no setor branco.

Assenti.

- Será melhor, não quero ficar numa nave onde não sei muita coisa de tecnologia.
- Haverá dez pessoas na nave, Aurora.
- Mesmo assim, quero estar preparada.

Ele deu risada.

- Nossa! Isso é estranho demais. Sabia que ninguém aqui na nave tem irmão?

Assenti e me sentei ao lado dele na cama.

- Sim.
- Vi vários filmes e geralmente os irmãos se odeiam.

Dei risada.

- Acho que devemos apenas deixar rolar com o tempo. Temos muito tempo pela frente.

Dexter baixou o olhar, seus olhos esbanjavam preocupação.

- Acha mesmo que isso vai dar certo? Digo...só foi feito uma vez e nem sabemos se eles estão vivos.

Hesitei, mas resolvi ser confiante. Eu sobrevivi para algo maior e não deveria me preocupar com nada daqui pra frente. Iria apenas viver sem medo.

- Vai dar certo.

Dexter soltou a respiração.

- Escuta, eu sei que parece loucura. Mas não deveria ir para o setor branco se não quiser, digo...você vai aprender tudo de uma forma ou de outra.
- E como eu disse...quero estar preparada. Fora que eu me interesso pelo funcionamento desse lugar.

Dexter se foi após uma longa conversa sobre o nosso futuro e o de nossa mãe, que ficaria sozinha após os dois filhos partirem numa jornada onde ninguém dá certeza que sairemos vivos.

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