Eco da esperança

Capítulo 16

Aurora

Abri os olhos e vi tudo branco, os fechei novamente ao ouvir vozes.

...

- Ela não acorda!
- Ela não vai acordar.
- Ela precisa acordar. Calem a boca ou vou mandar os três para fazer limpeza nos banheiros. E garanto que não vou ficar satisfeito, mesmo que esteja mesmo limpo!

A última era a voz de Dylan. Não consegui chamar por ninguém e caí no sono novamente.

...

- Foi culpa dela...Aquela idiota que nunca me conta nada!

A voz era de Susana...

...

Abri os olhos novamente e vi um céu estrelado. Céu estrelado?

Abri e fechei os olhos. Dessa vez não adormeci, parecia real. Olhei em volta e estava em um quarto, um quarto com a parede a minha frente e o teto de vidro voltado para o espaço.

Gemi ao me sentar.

Tudo então me veio a mente. Um homem passando mal e eu o ajudei, mas ele me prendeu contra a parede e senti algo pinicar meu braço antes que eu desmaiasse.

Que, que aconteceu?

Olhei para o outro lado e vi uma jarra de água, me servi de água num copo ao lado e tomei três copos cheios. Me sentia um lixo e fraca.

Grunhi sentindo dor em meu braço. Estava roxo na dobra e dolorido.

Afastei as cobertas e me vi vestindo uma calça moletom e uma camisa de mangas compridas que era maior que eu. Segui em direção a parede de vidro e me sentei na frente para ver o espaço.

Não percebi o tempo passar.

- Devia estar na cama.

Dei um pulo ao olhar para trás. Era Dylan e ele estava...péssimo, não tinha outra forma de dizer. Ele estava mesmo horrendo. Olhos vermelhos, olheiras profundas e estava mais magro.

Lembrei do diálogo que ele teve com outras duas pessoas. Ele parecia com raiva...

- Quanto tempo eu dormi?

Ele veio até mim e me carregou até a cama, não o impedi, estava cansada demais mesmo até para reclamar.

- Quase duas semanas, seu sangue estava envenenado e tiveram que limpar tudo, de resto...pensaram que você não acordaria, mas eu sabia que era teimosa demais para ficar dormindo.

Ele me deixou na cama e puxou a coberta até meu queixo.

- Eu já dormi muito.

Falei sonolenta.
Vi seu sorriso de lado, lento e...bonito.

- Eu sei, amanhã cedo vou estar aqui.
- Você já vai?

Perguntei me deitando de lado.

- Não, vou aqui até quando você acordar.

Senti seus lábios em minha testa antes de dormir novamente. Tinha medo de ter sonhado isso, isso significaria que eu estava me iludindo demais.

...

Acordei e ele ainda estava lá, sentado numa cadeira ao lado da cama, com a cabeça deitado ao meu lado e segurando minha mão. Não foi um sonho...

- Dylan?

Perguntei apertando sua mão.
Ele derrepente ergueu a cabeça e ficou de pé ao me ver acordada.