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Oito da manhã.
Sentado no sofá do quarto do bebê, Miguel estava com o bebê no colo e a (―), sua esposa, encostada em seu ombro.
Tanto o bebê, quanto sua esposa, possuíam os rostos vermelhos e inchados.
Como podem chorar tanto?
Olhando para o teto, ele respirou fundo.
― ...
Só agora naquele silêncio que Miguel parecia aproveitar... E o calor que ambos o passavam ao estar apegados em Miguel, traziam para o aranha um calor reconfortante, calmo...
Ele olhou de relance para você. (―) O'hara. Sabe quantas vezes ele havia revisto as gravações do casamento de você com aquele Miguel?
O Aranha era extremamente orgulhoso, então jamais admitiria que em alguns momentos de deslize, ele tentou te procurar no universo dele... Mas jamais te encontrou.
Ao sentir o bebê em seus braços se mover, Miguel o olha.
Com a boca aberta e os olhos fechados, o pequeno cada vez mais virava o rosto em direção ao peito de Miguel. Franzindo a testa, Miguel o afastava com cuidado para que o pequeno não o mordesse. E claro, depois de não achar o que queria, em soluços o bebê começava lentamente a chorar.
― Não, não, não... ― Sussurrava tentando deter o choro daquela criança.
Isso fez com que você acordasse.
― Esse choro eu já reconheço... ― Você bocejou antes de pegar Kyle do colo de Miguel. O pôs em seu colo e levantou a blusa oferecendo o peito ao pequeno. ― Tá com fome, não é amor?
― ...
Enquanto amamentava, ao ver que seu marido olhava para o teto, você também olha.
― Por que está olhando para o teto, Miguel?
― Argh, eu... acho que está dando alguma infiltração. ― E se levantou do sofá antes que você fizesse mais alguma pergunta.
Apesar de você não ver nada de errado no teto, você sorri ao ver seu marido indo em direção a porta.
― Obrigada por ontem, querido.
Miguel a ouviu perfeitamente, mas como se sentiu um pouco sem jeito, apenas continuou seu trajeto e saiu do quarto.
Indo para a sala de trabalho do antigo Miguel, o aranha fecha a porta e se certifica que ninguém o escutaria.
― Lyla. ― Chamou sua assistente.
A pequena holograma apareceu em miniatura sobre o seu relógio.
― Bom dia, senhor O'hara. Como foi a experiência ao passar a noite pela primeira vez com sua família?
― Vamos pular essa parte... Lembra das informações que você ia me informar sobre minha esposa?
― Aquelas que você disse que não era necessárias?
Foi como se a holograma estivesse acertando no orgulho dele.
― ... Sim, essas. Pode me repassa-las?
― Seu pedido é uma ordem! ― mexendo em algumas coisas, Lyla faz com que grandes hologramas com informações da (―) aparecessem ao redor deles. ― Seu nome de solteira era (―) Vincent, mas desde um ano e três meses que ela casou com sua versão desse universo, ela agora possuí seu sobrenome.
― Sabe algo sobre nossa história ou algo nesse estilo?
― Vocês possuem a mesma idade e se conheceram na faculdade. Ela fazia faculdade de direito enquanto o senhor... Digo, aquele que foi baleado, fazia engenharia e depois que se conheceram em um bar, quatro meses depois namoraram. Oh, ela agora é policial e o senhor... Continua trabalhando naquela empresa,Alchemax. Só que nesse universo nunca ocorreu aqueles...
Ouvindo passos apressados, que batiam em cada parede do andar de cima, ele soube na hora que algo iria acontecer. Pediu para que Lyla se calasse.
Abrindo a porta que ficava ao lado da escada, no mesmo momento em que você tropeçou na escada, como uma mão Miguel a agarrou pelas costas da blusa.
Foi por pouco que você não caiu de cara.
― Legal, esse foi seu sentido aranha?
Tomando um leve susto ao ouvi-la dizer isso, ele solta a blusa. Fazendo com que ela caísse no chão.
― Ai... não posso nem te elogiar que você fica bravo.
A bipolaridade do seu marido era frequente, por isso você já estava acostumada.
Examinando você de cima a baixo. Ele nota que você estava com o uniforme da polícia.
Ainda no chão, enquanto você tentava por o coturno do pé direito, seu marido se abaixou ao seu lado. Você já havia posto em si o esquerdo, mas não tinha o amarrado, por conta disso, ao tropeçar no cadarço você caiu da escada.
― Tsk... ― Fazendo um barulho com a língua, Miguel trouxe o seu pé esquerdo para ele e com força começou a amarra-lo. ― Está atrasada?
― Na teoria, você também está, Miguel. ― Ela apontou para os horários bem vibes na parede ao lado.
Miguel trabalho 8h. (―) trabalho 8h30.
E já eram 9h.
― Ah...
Apesar de achar estranho essa atitude dele, já que ele sempre foi extremamente pontual e focado em seu trabalho, você achou que foi por conta de Miguel ter te ajudado na noite anterior.
― ...E o Kyle? ― Miguel te pergunta, olhando para o segundo andar.
― Essa semana contratei uma babá. Ela já deve estar na porta.
Quando Miguel se levanta e você termina de calçar o outro coturno, uma ideia passou em sua cabeça antes que ele subisse as escadas.
― Miguel, aquilo é uma barata? ― Você apontou para o chão.
A visão do aranha era triplamente melhor que a sua e ele sabia disso, mas você indicava com tanta convicção que ele se inclinou um pouco para olhar.
Não é possível que ela esteja vendo e eu não...
Aproveitando a chance, com o rosto dele abaixado ao seu lado, você o entrega um firme beijo em sua bochecha.
― Tenha um bom dia de trabalho, querido~
― ...
Se erguendo, sem acreditar no que havia feito, ele te viu correr em direção a entrada da casa.
― Pirralha, ousada.
― Vocês tem a mesma idade, senhor. ― Lyla apareceu do nada.
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