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Era impossível de se desviar o olhar.
O clima daquele dia estava perfeito. Ensolarado, mas com um vento agradável. Quatro e meia da tarde, era horário de pico que mães, crianças e adolescentes iam para praça na intenção de socializar, brincar ou até mesmo se exercitar.
Uma mulher com o cachorro havia passado três vezes pela mesma estrada só para se certificar que aquilo não era uma miragem dos céus.
Algumas mães e babás ficavam olhando e cochichando entre si. Cada mínimo gesto fazia um alvoroço.
O sorveteiro havia errado de por o sorvete no copo e na casca das crianças diversas vezes. Mesmo trabalhando perto de alimentos e eletrodomésticos envolvidos com frio, ele estava ficando cada vez mais com um fudento calor.
― Você também está sensível a luz?
Diante da pergunta do pai, Kyle fez um som esquisito com a língua. A baba começou a escorrer, mas Miguel logo o limpou com a fralda de pano que era recheada de ursinhos.
Sentados em meio ao parque, com uma fina coberta que os impedia de ficarem na grama, Miguel e Kyle passavam a tarde tranquilos juntos.
Miguel estava com uma roupa esportiva preta, que marcava suas curvas, enquanto o bebê estava com um lindo macaquinho azul, uma blusa amarela e um chapéu vermelho.
Como Miguel já havia saído de casa com os óculos escuros postos, por medo da luz está fazendo mal também para seu filho, ele também põe um óculos no pequeno.
Óbvio o óculos grande daquele não durou muito tempo e no final, acabou parando na boca do pequeno de seis meses.
O que um pai brincaria com seu filho em uma praça?
Miguel não tinha nenhuma experiência com crianças, por isso estava com dificuldade de pensar nisso. Ele olhou para algumas famílias ao redor para tirar referências e informações.
Jogar beisebol? E olhou para sua miniatura. Não, não. Pelo menos, não agora.
Ele resolveu comprar um balão do homem aranha. Entregou na mão do pequeno e ele claramente parecia feliz puxando e balançando o balão.
Em algumas vezes que acabou o soltando, Miguel havia conseguido pega-lo e entregou novamente ao pequeno.
Cada vez que o balão soltava da mão de Kyle, Miguel conseguiu ouvir o susto de algumas pessoas ao redor. Quando Miguel os olhava, todos se viraram para o lado oposto a ele.
O celular de Miguel começou a tocar.
― VOCÊ É ALGUM TIPO DE MONSTRO?! ― Peter estava diante do quarto. ― POR QUE, COMO QUE...?!
Ele não conseguia nem formular uma frase. No final acabou suspirando fundo.
― É como se você tivesse lutado com alguém aqui dentro.
