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"Durante todo esse tempo... Ele me enganou. Aquele sorriso, aquele cuidado, tudo havia sido apenas uma mentira."
Após a mágoa ter sido concentrada em uma troca de palavras, olhares e lágrimas. Uma discussão tão dolorosa para ambos. Aquele homem saiu de sua casa e você estava determinada a ir para o seu próprio quarto descarregar a raiva.
― ...
Mas tudo ali, o cheiro, os lençóis bagunçados, as memórias prazerosas e felizes que tiveram pareciam te atormentar.
A culpa parecia estar entalada em sua garganta.
"Não era ele. Não era ele. Tudo o que eu havia sentido, não foi para ele."
Seu marido estava morto há anos. Não teve a chance nem de presenciar um funeral ao homem que amou...
Seus olhos já começavam a arder.
― Eu te avisei, não foi? ― A voz grossa soava calmamente por aquele quarto. ― Avisei que não deveria confiar naquele homem.
Sem estar com boa cabeça para responder aquele ser, com os braços apoiados na cama, você chorava sentada naquele frio chão.
O ser se rastejou asquerosamente até o seu lado. Foi crescendo e tomando uma forma muito parecida com a de um homem.
― 'Hermosa, não chore... Se eu tivesse um coração certamente estaria se partindo nesse momento.
O ser com forma de homem tentou por a mão em seu rosto, mas você se afasta, evitando contato com ele.
― Você sabia quem ele era.
― Obviamente, esqueceu que eu estava no mesmo ambiente que vocês naquela noite? ― se abaixando atrás de você, ele começou a passar a "mão" em sua barriga. Como se estivesse começando a te envolver em um abraço. ― Eu vi tudo aquilo que vocês fizeram, até mesmo o momento em que ele retirou a máscaradepois que você se foi.
― Por que não me avisou?
― Acreditaria em mim? ― Sussurrou em seu ouvido. ― Nem tente mentir, nós dois sabemos que você não acreditaria.
Erguendo um pouco a cabeça, você via a foto que vocês haviam tirado no ano passado. Você, Kyle e... Aquele Miguel.
Seus olhos se encheram de lágrimas novamente.
Não dava para tirar Miguel O'hara de sua cabeça... E não, não era o seu ex marido que você pensava. O que te fazia corroer de culpa.
― Ei, vamos lá... Pare de pensar nele. ― ele começou a colar o "corpo" dele com o seu. Pegando seu maxilar te fez erguer a cabeça novamente. ― Posso te fazer sentir bem, posso fazer com que você o esqueça rapidamente.
