Arthur e Vitor voltam para casa. O caminho parece muito mais longo agora, o assunto parece ter morrido.
– Será que deveríamos realmente termos nos beijado? – Vitor pergunta.
– Eu não sei.
Os dois continuam caminhando em silêncio. Vitor queria muito aquilo, mas, de alguma forma, parecia errado para ele. Arthur estava satisfeito com o beijo, não havia arrependimento, pelo contrário, um sentimento de liberdade havia tomado conta dele. Estava feliz com o beijo, porém temia que aquilo afetasse a relação entre ele e Vitor, que era o que parecia estar acontecendo. Apenas o canto dos pássaros era ouvido, Vitor e Arthur não falavam. Era constrangedor que depois de terem se beijado por minutos, estivessem em silêncio por conta disso.
– Olha, seja sincero, você não gostou? – Arthur pergunta.
– Claro que eu gostei! Era o que eu mais queria, mas eu tenho medo de isso mudar – Vitor é interrompido por Arthur, que completa a frase – nossa amizade.
O silêncio entre os dois volta. Eles chegam em casa. Almoçam lasanha, ainda em silêncio. Naquela tarde, os dois não saíram mais, ficaram em casa o resto do dia, cada um para seu lado.Vitor está no quarto vendo televisão. Arthur chega na porta. Ele hesita por um instante, mas entra. Ele se senta na cama.
– Vamos conversar?
– O que temos para conversar? Dizer que isso foi um erro e que devemos fingir que nada aconteceu? Acredite, é só nisso que eu estou pensando – Vitor solta.
– Eu ia dizer para tentarmos.
Vitor se surpreende. Arthur põe a mão ao lado da mão de Vitor.
– Por favor – Arthur pede, com a voz suave.
– E se der errado?
– E se der certo?
Dona Graça grita da cozinha, pedindo para os meninos irem jantar.
– Quando voltarmos conversamos – Vitor conclui, saindo do quarto.
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Até o Próximo Anoitecer - Romance Gay
RomanceVitor é apaixonado pelo melhor amigo, Arthur, mas não sabe como contar isso a ele, nem sequer sabe se quer contar. Então, durante as férias, ele tem uma brilhante ideia: chamar Arthur para uma viagem de uma semana numa área isolada de campo. Juntos...