Capítulo 15. Preparação

84 7 0
                                    

– Ué, eu dormi? – Lucy olhou em volta, pois não fazia a mínima ideia de que lugar era aquele. - NATSU! - Gritou levantando-se abruptamente, quando as memórias dos acontecimentos retornaram a sua mente de forma torrencial. No entanto, o mago do fogo não estava por perto. Ninguém que pudesse socorrê-la estava. Contrariando suas expectativas, um gemido agudo e amedrontado lhe chamou a atenção.

Encolhido no canto do pequeno ambiente onde se encontrava, havia um garotinho. Só quando o percebeu, Lucy parou para observar o lugar. Parecia uma espécie de quarto, com duas camas, sendo que estava deitada em uma delas até segundos antes.

Tudo naquele cômodo, assim como na maioria dos outros da sede da Nihil Occultum, era branco. A estrutura das camas eram brancas. Os lençóis também. As paredes. A porta. O piso. Até mesmo suas roupas e as do garotinho eram dessa cor. A única coisa que contrastava com alvo cubículo era o tom de pele de ambos, bem como os cabelos.

– Olá! - Saudou a maga celestial, voltando sua atenção para o menino, que possuía lindos cabelos alaranjados. Ele, porém, limitava-se a tremer encolhido. - Algum problema? - Se aproximou, preocupada, e para o seu total espanto, ele começou a gritar. - Calma! - Pediu.

– Não me machuque, por favor! - Implorou a criança. Lucy piscou, sem reação.

– Eu... - Tentou dizer, atônita, ante o berreiro do menino. - Eu não vou te machucar! - Falou, mas ele continuava gritando.

– VAI EMBORA! - Esgoelava, com todas as forças.

– Hei, calma! - Lucy insistiu, tentando uma nova aproximação. Entretanto, foi recepcionada com pequenos socos e tapas. Sem desistir, segurou ambas as mãos da criança pelos pulsos, e sem dar tempo para que se debatesse, a puxou para um abraço.

No começo ele resistiu. Tentou se soltar de todas as maneiras. Lucy, porém, o manteve firme em seus braços, pressionando-o contra seu colo e, aos poucos, o sentiu relaxar, parando de se contorcer apenas para cair no choro. Um choro compulsivo. A loira, sentindo os próprios problemas pesarem em seus ombros, permitiu-se chorar também.

– Eu não quero morrer. - O menino murmurou, agarrado ao jaleco da maga celestial, que já se encontrava úmido pelas lágrimas.

– Está tudo bem! - Mesmo chorando, Heartfilia tentou acalmá-lo. - Você não vai morrer.

A pequena criança permaneceu aninhada aos colos da maga por longos minutos. Em determinado momento, levantou a cabeça e a olhou diretamente nos olhos. Lucy percebeu, admirada, que ele possuía lindos olhos cor-de-mel.

– Quem é você? - O garoto perguntou, ainda desconfiado.

– Me chamo Lucy. - A loira respondeu, sorrindo. - Qual o seu nome?

– Nome? - a criança perguntou de volta. - Eu não tenho um nome.

– Como? - A maga celestial perguntou, confusa. - Você tem que ter um nome! - Exclamou. - Do que as pessoas te chamam?

– 819. - Respondeu o menino.

– 819? - Lucy repetiu, espantada.

– Sim. - Confirmou a criança. - Experimento 819. Mas na maioria das vezes é só 819 mesmo. - Contou, timidamente.

– Experimento 819? - Falou, chocada. - Você não tem outro nome? O que seus pais te deram?

– Eu não tenho pais. - Respondeu.

– Como não? - Indignou-se a maga. - Como você chegou aqui?

– Eu fui criado nesse lugar. - Ele respondeu. - Pelo menos é o que todos me dizem. Também não tenho lembranças fora daqui, então acho que é verdade.

Vínculo MágicoOnde histórias criam vida. Descubra agora