IV.

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“Consegue ler o que está escrito aqui?” Tim apontou para o papel na frente de Beatrice

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“Consegue ler o que está escrito aqui?” Tim apontou para o papel na frente de Beatrice. “Olha, a letra N com a letra A forma na, e a letra...”

   “Eu já sei essa.” Disse a menina com os braços cruzados. Eles já haviam feito metade da folha de lição de casa, mas pelo tempo que fazia desde que começaram, já era para ela ter feito a folha inteira; no entanto, Beatrice não parecia estar com nenhuma pressa.

   A menina já havia pedido para Tim buscar um copo de água para ela duas vezes, no que ela bebia com um canudo para que não encostasse os lábios na água e aparecesse escamas.

   Isso se resultou em outra parada, dessa vez para ela ir ao banheiro; depois, insistiu que havia visto algum inseto debaixo da mesa, mas depois de uns minutos agachado procurando aos arredores da mesa de jantar, Tim acabou não achando nada.

   “Tudo bem, então aposto que consegue escrever essa palavra sem olhar dessa vez.” Tim virou a folha de costas. Beatrice colocou uma mecha de cabelos pretos atrás da orelha, hesitando um pouco ao começar.

   Escreveu um N um pouco tremido, seguido de um A... e depois parou novamente.

   “Por que o Stephen não pode me ajudar?” ela perguntou.

   “Já falei, o Stephen está ajudando a Anne com a lição de casa dela agora, e a Sra. Parsons está com o Edmond.” explicou ele. Beatrice deu um suspiro. “É por isso que você fica interrompendo a lição toda hora, não é?”

   “É que eu gosto quando ele me ensina.”

   Tim suspirou. Por um lado ele entendia isso, já esperava que Beatrice preferisse que Stephen a ajudasse em vez dele, só fazia dois dias que eles se conheciam e Stephen parecia ser a figura de irmão mais velho de todos ali.

   Mas no momento, tudo que ele queria fazer era tomar aquela folha, escrever todo o resto que faltava e acabar de uma vez com aquilo.

   “Mas ele não vai poder agora!” exclamou ele. Beatrice encarou a mesa com os olhos amuados e o sorriso retraído. Tim respirou fundo, percebendo que tinha falado alto demais.

   “Olha, eu acho que em vez de você ficar demorando para esperar ele vir te ajudar, por que a gente não termina tudo bem rápido? Já está quase acabando, se você fizer todo o resto sem distrações, depois vai ter muito mais tempo pra brincar, não acha?”

   Ela balançou a cabeça timidamente.

   “Sim.”

   “Então vamos, só faltam três exercícios.”

   Após falar isso, Beatrice começou a escrever bem mais rápido, embora só escrevesse garranchos. Ele havia dado uma motivação a ela.

A Menina no JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora