Tim se aproximou lentamente, seus passos faziam barulho em meio a galhos e folhas no chão, mas a garota não havia se virado ainda, parecia que não havia o ouvido chegar, ou então talvez não se importasse o suficiente para olhar o que quer que fosse que estivesse fazendo barulho.
Ele parou quase ao seu lado, uns passos para trás, somente, e olhou para o chão, para o que ela estava vendo, tentando entender o que ela observava exatamente em meio às folhas secas.
Era uma trilha de formigas.
“Interessante, não é?” disse ela sem olhar para ele. Tim se perguntava se ela sabia que era ele que estava ali e que havia a seguido até lá.
Ela continuava concentrada nas formigas, sua longa trilha se estendia até uma árvore próxima e desaparecia em algum buraco embaixo da raiz torta. A maioria das formigas carregavam consigo pequenos pedaços de folhas, alguns muito maiores que o seu tamanho, mas a menina estava mais atenta às formigas que carregavam um inseto morto, uma espécie de besouro.
Embora fosse pequeno para um ser humano, ele era como um gigante para elas, que o levavam em grupos, andando lentamente pela fileira até o formigueiro.
“Esse besouro morreu e agora vai servir de comida para manter as formigas vivas" disse ela.
“Sim, estou vendo.”
Seu rosto se virou para ele.
“Não acha que isso faria dele vivo de alguma forma?” Indagou ela. Tim não sabia exatamente o que a garota queria dizer ou o motivo de ela estar dizendo tudo isso pra ele assim tão de repente. Ela não parecia bater muito bem da cabeça.
"Não, ele só é um pedaço de carne agora."
A menina se sentou de joelhos, as pontas dos seus dedos se aproximaram calmamente do besouro e o agarraram, as formigas rodopiavam desesperadas por cima dele.
“O que vai fazer?” Ele quis saber.
“Estou ajudando elas.”
Ela se levantou e se agachou novamente perto da árvore, posicionando com cuidado o besourinho perto do buraco do formigueiro, e eles observaram enquanto as formigas o empurravam lentamente para dentro.
“Se mesmo depois de morrer esse besouro ainda teve algum propósito, mesmo que seja só de alimentar as formigas, então ele de alguma forma ainda está vivo” ela divagou. Uma brisa fraca passou por entre seus cabelos. “Eu gosto de pensar que a alma de todos os seres vivos ainda esteja viva em algum lugar”
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A Menina no Jardim
FantasyTimothy Griffin nunca sentiu que a sorte estivesse a seu favor. Aos oito anos, seus pais morreram em um incêndio e ele passou a viver com seu tio-avô John, um médico aposentado que não tinha jeito com crianças. Mas logo quando conseguiu se afeiçoar...