VII.

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Inesperadamente, Tim não viu os últimos dias da semana passarem

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Inesperadamente, Tim não viu os últimos dias da semana passarem.

   Não era assim que funcionava na maioria das vezes. Principalmente depois que seu Tio John adoeceu, todos os dias passaram a andar devagar. O piano ajudava a amenizar isso pela maior parte, mas depois de um tempo praticando, o tédio inevitavelmente chegava, a sua cabeça pensava várias coisas ao mesmo tempo.

   Parecia que o céu nunca escurecia, a semana seguinte estava sempre a quilômetros de distância. Mas desta vez, quando ele menos esperava, já era sábado novamente.

   Ele poderia se acostumar com isso. Se ao menos todas as semanas fossem assim.

   Naquele momento, em um lugar mais afastado do jardim onde brincavam as outras crianças, Tim estava deitado na grama, o sol da tarde era bloqueado pelo livro que segurava acima de seu rosto. Era uma cópia de Um Estudo em Vermelho, uma das histórias de Sherlock Holmes que ele havia achado na estante da sala de estudos.

   “‘Pois estude-o’ disse Stamford, despedindo-se. ‘Vai ver que é bastante complicado. Aposto que ele saberá mais a seu respeito que você sobre ele. Adeus.’ ‘Adeus!’ respondi, e entrei no hotel, profundamente interessado na pessoa que tinha acabado de conhecer’” Tim declamou as últimas linhas em voz alta. “E esse é o fim do capítulo um.”

   “Você é bom nisso.”

   Eliza estava sentada ao seu lado de pernas cruzadas, no meio delas haviam algumas pétalas de flores que ela havia depenado e as despejado ali enquanto o ouvia ler.

   Quando Tim achou o livro na estante, logo pensou que esse seria bom para mostrar a Eliza. Era uma de suas histórias favoritas, ele queria contar um pouco do livro para ela, só não imaginou que Eliza fosse pedir para que ele lesse o primeiro capítulo inteiro.

   “Em quê?”

   “Em ler. Você lê rápido, e ainda muda um pouco a voz toda vez que muda de personagem” explicou ela. “É engraçado.”

   “Eu faço isso?” perguntou, apoiando o livro aberto em seu peito. Ela fez que sim com a cabeça.

   “Você tem uma voz meio laranja pra fazer as falas do Watson, mas com o Sherlock parece meio cinza” ela continuou. “, e com o Stanford é azul bebê, mas essa voz não parece combinar tanto com ele.”

   Tim deu risada. Já havia se acostumado com o jeito peculiar de Eliza para descrever as coisas, mas parecia que ela sempre o surpreendia.

   “Deve ser pelo tempo que fiquei lendo para meu tio” explicou ele. “, ele gostava que eu fizesse as vozes, ainda não tirei esse costume.”

A Menina no JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora