II.

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Tique

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Tique... taque  

   Timothy ouvia o incessar do relógio. A sala em que estava era grande, havia uma lareira no centro, o jeito como as pedras estavam escurecidas dizia que ela já fora usada muitas vezes, mas parecia que não era acesa há um tempo.

   Os móveis eram antigos, iguais aos que havia na casa de seu tio-avô, mas enquanto os dele eram tão bem cuidados que pareciam novos, estes estavam mais desgastados. Os acentos estavam afundados, pareciam não ter enchimento, e Tim brincava de enfiar o dedo em um buraco do sofá em que estava sentado.  

   O relógio em questão era um relógio de pêndulo grande que havia do lado direito da lareira, encostado no canto da parede. Seus ponteiros marcavam mais ou menos sete da noite. Tim ficava observando o pêndulo indo para um lado e pro outro enquanto ouvia gritos e risadas abafadas vindas do outro lado da janela, virada para o jardim de trás.   

   Tique.. taque  

   Sentir o cheiro do jantar quase pronto o fez perceber que estava com fome. As crianças logo estariam lá dentro, elas já haviam saído quando ele desceu do quarto, mas não quis ir se juntar a elas no jardim, não sabia o que dizer a elas e nem elas foram procurá-lo.

   Ele preferiu então ficar na sala, só com o barulho do relógio.  

   Tique... Taque   

   O que aconteceria quando elas voltassem? Ele deveria dizer que sabe sobre elas terem habilidades ou era melhor só não dizer nada? Ou então elas já deveriam saber que ele sabe, seu tio também tinha uma habilidade e não era difícil delas imaginarem que teria contado a ele já que ele viria a morar no orfanato.

   De qualquer forma, era melhor que ele não comentasse, elas podem não gostar de falar sobre o assunto e ele não queria ser intrometido, pois dependendo de qual poder elas tivessem, importunar-las poderia lhe custar caro. 

   Tim se assustou ao ouvir um barulho inesperado de um sino tocando ao lado da porta que dava acesso ao jardim. Fora a Sra. Parsons quem o tocou, ela olhou para ele e fez um gesto com a mão para que ele a acompanhasse.   

   “Venha, o jantar já está pronto.”
 
   Ele se levantou do sofá e a seguiu silenciosamente pelo corredor. As crianças o alcançaram segundos depois, as menores passaram correndo por ele, depois sumiram de vista ao virarem a esquerda do corredor.

   Tim não estava com tanta pressa, no entanto, ainda não tinha visto as outras partes da casa, não havia passado por aquele corredor antes.

   Ele era largo, mas não era tão extenso, a metade da parede para baixo era toda revestida de madeira e havia vários quadros pendurados dos dois lados do corredor.   

A Menina no JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora