Timothy Griffin nunca sentiu que a sorte estivesse a seu favor. Aos oito anos, seus pais morreram em um incêndio e ele passou a viver com seu tio-avô John, um médico aposentado que não tinha jeito com crianças. Mas logo quando conseguiu se afeiçoar...
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Tim não viu Eliza pelo resto do dia, nem mesmo no dia seguinte.
Ela não estava respondendo aos seus chamados. Ele a procurou pelo jardim, no labirinto, foi por entre as árvores na área proibida, mas a menina não estava em lugar nenhum, não sabia mais por onde procurar.
Tim esperava que não tivesse nada a ver com o que aconteceu em seu último encontro, mas ao mesmo tempo sabia que essa seria a causa mais provável. Estaria ela envergonhada pelo que aconteceu? Teria ele a pressionado demais? Não sabia quando ela voltaria, mas a espera já estava matando-o por dentro.
Era domingo de novo, eles tinham acabado de cantar na sala de música e agora ele se encontrava sentado no tapete da sala de jogos cuidando de Peter. O bebê adorava brincar com os blocos de construção, então Tim se sentou para brincar com ele e mantê-lo ocupado até Stephen voltar, assim como o mais velho havia pedido.
“Não tire os olhos dele,” avisou a Tim. “Se não houver mais ninguém com ele, ele pode tentar se teletransportar de volta para mim ou para a Sra. Parsons, mas ele não tem controle sobre isso, você nunca sabe exatamente onde ele vai pousar.”
Apesar disso, brincar com Peter acabou sendo melhor do que ele esperava. Peter não tentou desaparecer em nenhum momento até ali, a ideia era mantê-lo ocupado o suficiente para que ele não sentisse falta de estar com mais ninguém, e Tim parecia estar fazendo um bom trabalho; mas era cansativo, ele sempre se certificava de que Peter tivesse pelo menos um bloco na mão para brincar e que ele nunca se sentisse chateado.
Como a Sra. Parsons e Stephen conseguiam fazer isso todos os dias?
De repente, Tim ouviu passos chegando ao quarto em um ritmo rápido, até que um Norman suado apareceu na porta, apressado.
“Tim! Timothy!” Gritou enquanto parava abruptamente para não atingir a batente da porta. “Você não vai acreditar nisso!”
“No quê?”
Só então Norman percebeu que Tim não estava sozinho. “Ah, esquece então, você não pode sair daí.”
“Do que você está falando, Norman?” Stephen apareceu na porta bem na hora. Seja lá o que Norman queira lhe contar, agora estaria livre para isso.
“Stephen, o-olha o que eu fiz!” Peter disse alegremente, mostrando a ele as pilhas de blocos desajeitadamente montados.
“Oh, muito legal!”
“Que bom que chegou, Stephen. Agora vamos, Tim, você tem que me ajudar!” Norman o chamou novamente.
“Norman, o que você fez desta vez?” Stephen lhe lançou um olhar preocupado.
“Nada. Bem… eu quase fiz, mas não fiz,” respondeu, deixando-o confuso. “Vamos lá fora, Tim!”
Tim se apressou junto a ele, um tanto intrigado pelo que poderia ser. Eles passaram pelo corredor e foram até a porta atrás das escadas que levavam ao quintal, onde, logo sob a sombra da árvore, estavam Charlie e a Sra. Parsons.