XVI.

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Depois de dizer aquilo, Eliza passou através da porta, Tim escutou seu barulho de espanto vindo de lá de dentro, o que o deixou curioso

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Depois de dizer aquilo, Eliza passou através da porta, Tim escutou seu barulho de espanto vindo de lá de dentro, o que o deixou curioso. Seja lá o que ela tinha visto, devia ser algo importante.

   Inesperadamente, depois de poucos segundos, ele ouviu o som da tranca da porta sendo aberta, uma Eliza com o rosto mais pálido que arroz abriu a porta devagar, tomando cuidado para não fazer nenhum barulho.

   “Tinha uma tranca pelo lado de dentro,” ela explicou, dando passagem para ele entrar. “Vem, você precisa ver isso.”

   Ao passar pela estreita abertura da porta, Tim entendeu o motivo de seu espanto. A pequena sala só tinha espaço para uma escrivaninha com uma cadeira no canto direito que impedia da porta ser aberta por completo; e do outro lado, pilhas e mais pilhas de livros colocadas no chão acumulavam poeira e teias de aranha, fazendo com que ele segurasse o nariz para não espirrar.

   “Vou colocar o quadro no lugar” disse Eliza. “para o caso de alguém passar por aqui agora” Ela atravessou a parede novamente e voltou segundos depois.

   Tudo lhe soava muito estranho. O que havia naquela sala que não podia ser visto? Por que todos aqueles livros estavam ali em vez de na estante do escritório da Sra. Parsons, ou então na que havia na sala de brinquedos?

   Pegou um deles na pilha mais alta e soprou o pó para conseguir ler o título. Tudo Sobre o Oculto, era o nome do livro. Pegou mais um, este se chamava Ervas para Poções; o outro embaixo deste: Runas e Rituais.

   “Então ela não parou” Eliza sussurrou, segurando um dos livros na mão. “Depois de todo esse tempo, ela não parou.”

   “Você sabia sobre esses livros?” Perguntou Tim. Eliza colocou a mão na testa, soltando um suspiro cansado.

   “Não... quer dizer, pelo menos não sobre os livros" ela fez uma pausa, sem certeza de como comecaria a explicar. "Há uma coisa que eu não te contei sobre minha mãe, o motivo do porquê eu não queria que ela soubesse sobre mim.”

   Sua voz soava hesitante. Tim somente assentiu, indicando que ela devia continuar.

   “Depois que morri, eu vivia seguindo a minha mãe pela casa. Doía demais vê-la chorando, queria que ela soubesse que eu estava com ela, tentava fazer com que algo se mexesse toda vez que ela rezava para mim, mas tudo que eu tentava tocar a minha mão atravessava na mesma hora.

   Até que uma vez, enquanto ela acendia uma vela para mim antes de dormir, eu consegui soprá-la, um sopro forte, não havia como ser confundido com o vento, nessa hora que eu soube que conseguia tocar as coisas novamente."

   “Mas foi do nada assim? Como de repente você conseguiu?"

   “Demorou uns meses. No começo, eu só conseguia poucas coisas como assoprar e segurar coisas leves, aos poucos eu fui conseguindo fazer mais," ela explicou.
"Minha mãe já desconfiava que era eu, e depois que eu escrevi meu nome no espelho do banheiro, ela teve certeza.

A Menina no JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora