IX.

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Tim tirou a foto da moldura para olhar para sua parte de trás

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Tim tirou a foto da moldura para olhar para sua parte de trás. No canto direito, estava o sobrenome Parsons escrito com tinta preta, e embaixo disso, a data em que a foto foi tirada: 1894.

   34 anos atrás.

   Não podendo olhar para a foto por mais um segundo, ele a colocou de volta na moldura e a deixou onde estava, com sua face virada para baixo.

   Talvez fosse somente uma coincidência, e pensando melhor agora, elas nem eram tão parecidas, às vezes as pessoas se parecem umas com as outras nas fotos pois elas são em preto e branco, e esta em específico havia sido tirada há mais de trinta anos, sua qualidade era pior que as fotos normais.

   Devia ter uma explicação para isso, ou então ele realmente estava ficando maluco.

   Saiu da sala tentando tirar essa história da cabeça, talvez se ele forçasse bastante, conseguiria esquecer o que viu e fingir que fora tudo um sonho. Mas quanto mais se esforçava para esquecer, mais seu cérebro fazia questão de lembrá-lo.

   Durante o jantar, Tim mexia lentamente sua colher no prato de sopa, recapitulando as últimas duas semanas inteiras em sua mente, quase nem havia comido direito. Tentava se lembrar de todos os mínimos detalhes de suas conversas com Eliza, se o que descobrira fosse mesmo verdade, devia ter tido alguma coisa em suas interações que entregavam isso.

   Ela disse que sua mãe estava viva e o pai havia morrido, e a Sra. Parsons realmente é viúva, mas isso também não provaria nada, coincidências assim existiam, e pelo que ele sabia, ela nunca mencionou ter nenhum filho.

   Eliza também dizia que gostava de brincar ao redor da propriedade e que não tinha nenhum amigo a não ser ele, mas se ela realmente fosse um… fantasma ou algo assim, por que ela teria medo se ser vista pelas outras pessoas do orfanato?

   Isso também não explica como ele conseguiu tocá-la aquela hora enquanto estavam deitados no jardim. Ele realmente havia sentido sua pele, não? Agora até disso estava começando a duvidar.

   E a visão de Stephen? Ele tinha o alertado sobre algum mal que estava à solta. Não havia como tudo ser uma grande coincidência, havia?

   Não, ele expulsou essas ideias de sua mente. Isso é ridículo. Nem tivera muito tempo para se acostumar com pessoas tendo poderes, agora teria que aceitar fantasmas também? Fantasmas não existem, se sentia até meio idiota por pensar nessa possibilidade.

   Já fazia horas que o dia havia escurecido, todas as crianças já estavam em suas camas, a maioria já estava roncando, mesmo eles tendo ido para a cama há poucos minutos. Tim não conseguia manter seus olhos fechados por mais que tentasse, seus pensamentos acelerados não o deixavam dormir.

   A julgar pelo tamanho de seu sono, ele tinha a impressão que ficaria a madrugada inteira acordado.

   Norman estava deitado virado para ele. Não estava roncando ainda, o que significava que devia estar acordado. Tim o encarava na esperança de que uma hora ele fosse abrir os olhos, talvez por sentir estar sendo observado, mas como isso não aconteceu, ele resolveu chamá-lo antes que dormisse de vez.

A Menina no JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora