Timothy Griffin nunca sentiu que a sorte estivesse a seu favor. Aos oito anos, seus pais morreram em um incêndio e ele passou a viver com seu tio-avô John, um médico aposentado que não tinha jeito com crianças. Mas logo quando conseguiu se afeiçoar...
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Tim fechou o caderno de imediato, seu coração acelerado no peito. Não sabia até que parte Eliza havia lido, e embora ele soubesse que esse provavelmente seria o desejo dela, não queria que ela lesse aquilo.
De repente, todos os esforços que a Sra. Parsons teve para buscar meios de ressuscitar Eliza fazia sentido. Todos os espíritos passariam por esses estágios eventualmente, era o destino dela. Se ela continuar como fantasma, isso será inevitável.
Se ela continuar como fantasma, Eliza, talvez umas das pessoas mais gentis que ele já conhecera, se tornaria um monstro.
Um Poltergeist.
“Ei, por que você fez isso?” Eliza lhe chamou a atenção. “Eu queria ler!”
“Não é nada de mais...”
“O que estava escrito lá?” ela demandou que ele falasse, tentando pegar o caderno de sua mão, mas Tim o segurou no alto. “Deixe-me ver!”
Eliza o puxou pelo ombro, tentando fazê-lo abaixar. Norman já havia parado de ver os jornais e agora olhava para a cena, tentando entender o que acontecia.
“Confia em mim, você não vai querer saber,” retrucou ele.
Vendo que não conseguiria dessa forma, Eliza se afastou dele.
“Tim, eu preciso saber" ela acalmou a voz. “O que é tão grave que você não quer me mostrar?”
Tim abaixou o braço devagar, olhando para o chão.
“Eu... acho que você corre grande perigo.”
Com relutância, ele esticou o caderno ligeiramente em sua direção, e antes que ele mudasse de ideia, Eliza o pegou de sua mão, folheando-o até abrir na mesma página. Tim observava enquanto ela percorria os olhos pela folha, sua expressão se agravando a cada palavra.
“Isso...” ela levou a mão ao pescoço. “isso explica muita coisa.”
“Você já sentiu algo parecido?”
Eliza afirmou com a cabeça. “Eu só havia percebido mudanças na minha força, como eu te disse, antes eu não conseguia tocar em nada e agora consigo, mas tem isso também. Às vezes eu estou muito feliz, e depois triste, e então com raiva...”
“Há quanto tempo você sente isso?”
“Não sei exatamente, acho que desde quando eu acordei, é como se tudo estivesse vindo de uma vez só.” Ela se sentou na cadeira, suas mãos agarradas à barra do vestido. Tim esperou para que ela falasse mais alguma coisa, mas ela não disse nada, então ele resolveu quebrar o silêncio.
“Se foi há pouco tempo, então talvez ainda demore para acontecer algo,” disse ele, mais como um desejo de que isso fosse verdade.
“E às vezes eu também sinto coisas,” Eliza retomou o que dizia antes, parecia que tinha se lembrado agora do que iria adicionar. “sentimentos que nunca senti antes...”