XV.

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“"Você está vendo ela?” perguntou Norman sentado ao seu lado, ele raspava as mãos na grama como se tivesse tentando remar em água

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“"Você está vendo ela?” perguntou Norman sentado ao seu lado, ele raspava as mãos na grama como se tivesse tentando remar em água.

   “Ainda não.”

   Norman abraçou os joelhos, seus pés balançavam para frente e para trás. Desde quando eles haviam chegado ao jardim - menos de três minutos atrás - ele não havia parado de se mexer.

   “Como ela é?” quis saber ele. “Digo, fisicamente. Só por curiosidade.”

   “Ela tem cabelo loiro ondulado e olhos azuis, tem mais ou menos o mesmo tamanho que a gente.”

   “Sério? Eu imaginava ela sendo mais velha e mais alta.” ele comentou. “Mas pela descrição ela parece ser bonita.”

   Tim nunca se permitiu pensar na beleza de Eliza, não por muito tempo, mas pensando agora, era verdade. Ela devia estar pior considerando que viveu por mais de trinta anos com a mesma roupa, mas seu cabelo continuava bonito, devia ser do mesmo jeito de quando estava viva.

   E os olhos dela, ele não parava para olhar por muito tempo, mas eram bonitos.

   “Ela é mais velha, uns meses a mais que eu.” ele respondeu por fim. “Quer dizer, se for considerar tudo, tá mais pra 34 anos. E ela é mais alta que você.”

   “É, tá legal, não é tão difícil mesmo.” Ele soltou uma risada. Norman era meio baixo para seus onze anos de idade, Charlie com dez era mais alto, mas Tim também havia demorado para crescer, até que de um ano para o outro ele cresceu tudo de uma vez.

   “Tim, estou atrás de você.” Eliza o cutucou pelo ombro.

   “Oi... como você está?” suas falas saíram comidas pelo repentino nervosismo. Embora ela não tenha culpa de ser um fantasma, incomodava um pouco o jeito que ela aparecia sem aviso, não conseguia saber se ela tinha ouvido a conversa ou não.

   “Bem, mas e você? Conseguiu dormir bem?”

   “Sim, demorei um pouco, mas no fim consegui.” disse. Não era totalmente mentira, ele conseguiu dormir no final, mas definitivamente não demorou só um pouco.

   “Ei, pode me dizer do que estão falando? Eu também tô aqui, sabe.” Norman se manifestou ao seu lado.

   “Não é nada, vamos falar do mais importante agora,” ele começou. “Eu já contei pra Eliza o que aconteceu ontem, sobre eu não ter achado meus pais, mas sim meu antigo amigo.”

   “Contou que ele era um fantasma que tentou te matar?”

   “Sim, isso também, mas eu acabei não contando a outra parte.” Tim se virou para Eliza. “Norman me salvou no último segundo, jogou fogo nele e ele sumiu.”

   “Eu o vi.” Norman complementou. “Não sei como, mas eu o vi, esse Damien.”

   “Mas como? Isso devia ser impossível.”

A Menina no JardimOnde histórias criam vida. Descubra agora