POV Priscila Caliari
— Tem certeza que isso vai dar certo? - perguntei para Malu, minha funcionária e melhor amiga de Carol.
— É claro que eu tenho Priscila, larga a mão de ser negativa! - respondeu impaciente me fazendo rir. - Eu mereço até um aumento depois dessa.
Estreitei os olhos para a mesma que sorriu inocente.
— Nem vem Maria Luiza, seu salário está ótimo fazendo catálogos. - digo voltando a prestar atenção na estrada.
— Eu sei, tá? Foi só uma sugestão Caliari.
— Como ela está? - me referi a Carolyna.
Maria Luíza me olha com um semblante triste e logo desvia o olhar.
— Ela está mal. Muito mal. Porém nunca vai admitir isso Priscila, então por favor, não força nada. Apenas fique com ela, ela precisa de você e precisa de cuidados.
Malu tinha convencido Carol a ir visitá-la em sua casa, era um plano nosso. Eu precisava ver a Carolyna, precisava falar com ela.
Todas as vezes que eu ligava, a mesma não atendia. Não respondia mais as minhas mensagens, nem nada e já faz alguns dias que eu venho tentando. Então, minha última tentativa foi recorrer à Malu.
— Obrigada por me ajudar, Malu. - falei enquanto a olhava. - Eu gosto muito da Carol e estou preocupada com ela.
— Ela também gosta muito de você, e por isso infrentou João quando soube que ele te roubou.
Ele deve ter desconfiado da sua atitude e por isso, achou motivos para bater ainda mais nela.
Mas independente de tudo, isso não é desculpa alguma para ele fazer o que fez com ela.
Só de lembrar do estado deplorável que Carolyna se encontrava naquele maldito escritório, meu sangue fervia de tanta raiva.
— Chegamos! - Malu diz avistando o prédio em que morava. - Ela acha que eu fui comprar algumas coisas que estavam faltando no mercado, essa é a chave do meu apartamento e já deixei avisado ao porteiro que você vai subir. Vou deixar vocês a sós!
— Obrigada Malu, de verdade!
— Não precisa agradecer.
— E você, para onde vai enquanto isso?
— Vou me encontrar com a Dani. - ela se despediu e saiu do carro me deixando sozinha.
[...]
Abri a porta do apartamento de Malu e entrei, em seguida fechando- a com cuidado. Seu apartamento é bonito, tudo em tons claros que quase chegavam a ser brancos e a organização impecável.
— Finalmente Maria Luísa, você demorou muito! - Escuto a voz da Lyna e a vejo sair de um corredor.
Ela paralisa ao me ver.
— Pri... - sussurrou.
— Eu... Eu não sabia mais o que fazer para te ver, então, tive que recorrer à Malu.
Em instantes, Carol me surpreende ao correr até mim e se envolver em meus braços. Eu a abraço forte, descontando toda a saudade que eu venho sentindo nos últimos dias.
Tão frágil, tão pequena, tão minha.
— Me desculpa. - sussurrou contra o meu pescoço. - Eu não queria ter ido embora.
— Sou eu quem deveria te pedir desculpas. Fiquei te impressionando a falar o que estava acontecendo e...
— Não. - balançou a cabeça. - Você só estava preocupada Pri.
— Eu senti sua falta. - coloquei uma mexa do seu cabelo atrás da orelha.
— Eu também senti muito a sua falta nesses dias, mas o João está de olho em mim. Ele desconfia que nós temos algo, porque eu te defendi quando soube da merda que ele fez!
— Calma Lyna, ele não tem como provar nada sobre nós duas. - falei. - Você precisa se separar desse cara, ele precisa ser denunciado e arcar com as coisas que ele faz.
— Eu não posso fazer isso. Se eu ousar em fazer algo contra ele, nunca mais vou ter paz na minha vida...
— Eu cuido de você! - falei rápida.
— Você tem uma esposa, uma vida, compromissos... - ela diz em um tom triste.
— Eu largo tudo para ficar com você!
Carolyna não esconde a surpresa no olhar ao me escutar, e confesso que até eu estou surpresa. Eu havia mesmo dito isso?
Bom, eu não me arrependi em nenhum momento mas saiu de forma tão espontânea que até me assustei.
— Não! Isso é loucura, Priscila! A Vanessa...
— Precisa aceitar que eu não a amo mais. - interrompi sua fala. - Eu e Vanessa deixamos de ser uma só carne á muito tempo, não somos mais um casal.
— A gente se conhece a tão pouco tempo! Isso é muito arriscado.
— Bom, isso é verdade. - falei sorrindo. - Mas esse fato não nos impediu de ter um caso, de nos entregarmos uma à outra.
— Pri...
— Fica comigo Lyna. - olhei em seus olhos. - Seja minha, me deixa cuidar de você. - sussurrei unindo nossas testas.
[...]
O cheiro de Carolyna Borges estava empregado em mim. Tivemos uma tarde maravilhosa, fizemos amor pela primeira vez, continha tantos sentimentos em cada movimento nosso, cada toque, cada beijo e pensar em deixa-la voltar para casa daquele desgraçado do João, fazia meu peito apertar.
Assim que entrei no apartamento, eu vi a bolsa de Joalin na mesa do centro. É, ela finalmente voltou para casa e eu tinha muitas perguntas a fazer,
— Você chegou! - disse saindo da cozinha.
— Você também.
— Precisamos conversar! - falamos ao mesmo tempo.
Ela apontou para o sofá na sala e seguimos para nos sentar.
— Você não estava na casa da sua mãe. - iniciei a conversa. - Na verdade, ela nem sabia de você quando eu liguei.
— Você ligou?
— Bom, eu precisava saber se você ainda lembrava que tinha casa. - isso fez ela rir e consequente me fez rir também. - Agora é sério, onde você estava? - tentei falar contendo o riso.
Ela respira fundo e olha para um ponto aleatório do outro lado da sala, parecendo pensar na melhor forma de dizer algo.
Porém isso foi o suficiente para me fazer entender o que já estava acontecendo.
Assim como eu, Vanessa também tinha outro alguém.
Ficamos em silêncio por alguns longos minutos até eu resolver quebra-los.
— Se quiser eu posso te dar um empurrão. - a olhei diretamente. - Eu quero o divórcio.
Vanessa respira fundo e sorri de lado me dando a confirmação que eu tanto queria.
— Eu também quero o divórcio, Priscila.
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Traição - G!P
Fanfiction⚠️ Todos os créditos desta obra é dedicado á @lemoscaroline O amor nem sempre é um conto de fadas. Na maioria das vezes, é apenas um jogo, um jogo no qual muita gente sai perdendo, machucado ou traído. São raras as vezes que alguém é vencedor. Nes...