Traição - G!P

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POV Carolyna Borges

Despertei ao sentir os dedos de Priscila percorrer pelo meio das minhas costas.

— Já são quase seis horas. - ela fala olhando para janela.

Olhei em direção a janela e vi um tom alaranjado, o que significa que o sol já estava terminado de se pôr.

— Então temos que ir. - me sentei na cama.

Cubro o corpo com o lençol, e não por vergonha, longe disso na verdade. Eu estava apenas com um pouco de frio.

— Lyna, eu não queria me meter, mas o que aconteceu e fez você mudar de ideia? - Priscila pergunta realmente parecendo interessada.

— Eu não quero falar sobre isso. - tentei não ser grossa. - Será que dá para não falarmos de nossos companheiros quando estivermos juntas?

Ela assente e me surpreende ao me puxar para um beijo rápido.

— Olha, seja lá o que ele tenha feito, não deixe isso te afetar. Você já está dando o troco! - ela sorri fazendo seus nariz encolher.

Tão linda.

— E que troco... - descontrai a conversa. - Você é perfeita, Pri.

— Sou? - disse me puxando para sentar em seu colo.

— Muito!

Uni nossos lábios em um beijo molhado, e por aí começamos tudo novamente.

[...]

João jantava calado. Eu não fazia questão de falar com ele, independente de tudo eu ainda me sinto chateada.

Eu queria saber se fosse no lugar dele, se eu estivesse escondido isso por anos. Tenho certeza que ele reagiria igual á mim, ou até pior.

Pelo menos a tarde que eu tive com Priscila me fez esquecer dos problemas que tenho em casa. A forma de como ela me olhava, me tocava, me sentia fizeram eu relaxar um pouco.

— Vai ficar mesmo sem falar comigo? - João perguntou quebrando o silêncio.

— Eu não quero me irritar.

— Eu sei que eu errei, não devia ter escondido algo importante pra você mas eu estava com medo. Eu corria chances de te perder.  - Fala em um tom triste.

E lá estava a vontade de chorar de novo, isso me afetou de uma forma que eu não consigo nem explicar.

— Se você tivesse falado no começo, quando nos conhecemos, teria sido mais fácil. Teríamos dado um jeito. - minha voz saiu chorosa. - João, você não podia ter escondido isso de mim.

— Eu não queria te perder. - repete deixando uma lágrima escapar. - Carolyna, eu te amo!

— Você já me perdeu. - me levantei deixando o guardanapo sob a mesa. - Pedi a fome.

Tentei sair mas sou impedida por sua mão que agarra meu pulso. João me surpreende ao impressão meu corpo contra a parede mais próxima. Isso fez com que a minha cabeça batesse forte me deixando tonta.

— João...

— Cala essa boca! - me olha sério. - Você me deve respeito, você só é quem sempre quis ser porque casou comigo. Eu menti mesmo, escondi que não posso te dar um filho mas isso pouco importa. Não tenho tempo pra cuidar de uma criança e muito menos pra me estressar com os seus chiliques. - apertou mais o meu pulso.

— Você tá me machucando! - tentei me soltar.

— É pra machucar mesmo, quem sabe assim você aprende a me respeitar. - ele me solta e eu me afasto rapidamente.

— Você não erra assim. - falei massageando meu pulso. - O que está acontecendo com você?

— Eu estou cansando de você reclamando de tudo, o tempo todo, nunca é o suficiente. - ele andava de um lado pro outro. - Quer saber? Apenas suma da minha frente, suma antes que eu faça algo pior.

Apenas assenti, não queria brigar, não com ele nesse estado. Saio da sala de jantar e corro para o meu quarto, tranco a porta e me jogo na cama.

Eu não acredito que ele se tornou essa pessoa tão amarga, tão ruim.
Ele nunca me tratou assim, nunca havia me machucado.

Merda.

Como ele pode ter de transformado nesse cara? Aquele não era o meu marido.

Senti meu celular vibrar e vi as mensagens de Malu chegar.

Whatsapp on:

Malu: Almoço amanhã? Acho que você se esqueceu que tem amiga.

''Eu não esqueci sua dramática! Tenho que te contar algumas coisas. ''

Malu: Hm... Algo me diz que você está aprontando.

''Você é terrível. Nos vemos amanhã então?''

Malu: Sim, te espero no nosso restaurante favorito. Amo você.

''Também amo você.''

Whatsapp off:

Eu precisava muito do colo de Malu, eu sei que ela vai me entender perfeitamente.

Eu sinto medo de João, ele nunca foi tão agressivo e sinto que tenho que tomar cuidado com ele a partir de agora.

Agarrei o travesseiro e fechei meus olhos, eu precisava dormir.

Quando finalmente estava pegando no sono, meu celular vibrou novamente. Peguei o mesmo vendo que era uma mensagem de texto.

SMS ainda existe?

Abri a mensagem e não pude evitar de sorrir ao ler, por mais triste que eu esteja com João.

Acredita que vermelho é a cor mais provocante? Fico imaginando o quão atraente e sexy, você ficaria com uma lingerie desta cor.
Não vejo a hora de ter ver novamente, Carolyna....
Até o nosso próximo encontro, terei uma surpresa pra você.

- P.C

Essa mulher deveria ser proibida.