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Um mês depois...

As coisas estavam ficando mais fáceis. O acompanhamento do psicólogo, me deixava menos perturbada, eu já conseguia dormir bem a noite com ajuda dos remédios e já não estava bebendo mais.

Esse mês que passou, me fez ver muitas coisas. Por isso eu venho aproveitando mais a companhia dos meus amigos e da minha mãe, pois a vida é um sopro e nunca sabemos quando de fato vamos partir.

João sumiu do mapa, mas continuo buscando ele. Sei que uma hora vai aparecer e quando isso acontecer, eu vou estar esperando para dar o que ele merece.

Ontem, Vanessa e eu, finalmente assinamos o papel do divórcio. Ela me deu o tempo que precisava, até que eu me sentisse bem o suficiente para enfrentar o tribunal. Acabou que ele se recusou a ficar com o apartamento, só quis o carro dela e as partes de bens que a pertenciam.

Achei ótimo da parte dela fazer isso, eu não estava aguentando ficar no meu antigo apartamento, tinham muitas memórias de Carolyna ali.

E nesse momento, eu estou indo no cemitério. É a primeira vez que vou, desde que o caixão foi enterrado.

Era estranho, eu não sabia ao certo o que fazer lá, já que o corpo dela não está ali. Mas no fundo eu sabia que precisava ir, que eu tinha que deixar as flores que eu comprei e dizer o que eu estava sentindo. Era uma forma de me despedir.

Entro no estacionamento do cemitério e deixei meu carro numa vaga. Pego o buquê de girassóis no banco e desço do carro.

Respiro fundo antes de ir até o túmulo dela. Eu não sei consigo.

Avisou a lápide, que estava envolvida por flores. O pessoal vem muito aqui, seu nome estava gravado e talhado ali, o que fazia minha dor aumentar.

Me sentei na grama verde e encaro a pedra na minha frente.

- Eu não sei por onde começar. - falei sentindo o nó se formar em minha garganta. - Esse último mês foi difícil, eu fiz de tudo para não afundar, pra não deixar meu trem descarrilar... Mas cada vez que eu lembrava de você, era como se um pedaço do meu peito tivesse sido arrancado. Eu só queria que você estivesse aqui, prometemos ficar juntas, prometemos cuidar uma da outra, e eu me odeio por não ter atendido a merda da ligação.

Respirei fundo tentando controlar minhas lágrimas, mas elas insistiam em cair.

- Eu não tive tempo de dizer te amo outras vezes, não tive tempo de amar você novamente, de te ter em meus braços... Não pude dizer adeus. Eu só queria que você estivesse aqui, do meu lado, mas eu também preciso deixar você ir.

Me ajoelhei de frente a lápide e sorri. Aliso o mármore preto com as pontas dos dedos, inclino o corpo pra frente e beijo a superfície gelada.

- Você sempre estará em meu coração, em minhas memórias, porque eu te amo muito além do que eu já amei alguém nessa vida. Descanse em paz.

Eu te amarei pra sempre, minha Lyna.

Traição - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora