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POV Carolyna Borges

Eu não conseguia evitar os olhares de Priscila, e nem queria. Mas aquilo era tão errado. Tanto eu, quanto ela somos casadas e não deveríamos manter esse contato visual.

Essa mulher era de outro mundo. Fazia tempo que eu não me interessava por uma mulher, ou até mesmo por um homem que não fosse meu marido.

- Senhorita. - ouço o garçom dizer.

Desvio o olhar para ele, que segurava uma bandeja com duas bebidas rosas em cima. Franzi o cenho sem entender.

- A moça da mesa de trás pediu para entregá-las. - ele diz colocando os dois copos na mesa.

- Obrigada. - Malu e eu respondemos juntas.

Olho para trás novamente e volto a erguer o corpo para Priscila.

- Se você não der pra essa mulher, eu dou na sua cara! - Malu chamou minha atenção.

Comecei a rir feito uma louca, mais alto que deveria até. Ela é minha melhor amiga, não deveria dar esse tipo de conselho para alguém casada.

- Malu... - suspirei. - O João!

- O João provavelmente deve estar fazendo sexo com os papéis da empresa agora...

Céus! Como essa menina é besta!

Trocamos olhares cúmplices e não resistimos, já estávamos rindo novamente feito duas palhaças.

- Aí Carol, vai logo! Os olhares vocês já trocaram, a bebida ela já mandou... Dança com ela, pelo menos!

Uma dancinha não faz mal.

POV Priscila Caliari

Vejo Carolyna levantar de sua cadeira e vir em minha direção.

- Acho que a bebida deu certo. - Dani diz observando Carol. - A amiga poderia ter vindo junto.

- Larga de ser otária e vai falar com a menina, Daniela. - incentivei.

Tiro a aliança do meu dedo pela primeira vez em dois anos, e coloco na minha bolsa. Levanto da cadeira e vou de encontro com Carolyna.

Ela estava com um vestido vermelho de alcinhas um pouco curto demais, os cabelos com as mesmas ondas e o salto da mesma cor que o vestido.

- Então você gosta de pagode... - falei ao ficarmos de frente uma pra outra.

- E pelo visto, você também! - diz sorrindo.

- Gostou do drink?

- Adorei.

- Que dançar? - me aproximei.

- Adoraria!

Pego a mão dela e percebo que, assim como eu, havia tirado a aliança de casamento.

É normal a consciência não pesar?

Estou prestes a trair Vanessa, porque se Carol quiser, eu também quero.

Nos posicionamos na pista de dança, eu a seguro pela cintura colando nossos corpos.

Uma música nova começa e iniciei a guia-la no ritmo. Carolyna tem um cheiro maravilhoso. Não é enjoativo, mas o aroma é doce na medida certa.

- Seu marido não gosta de pagode?

Carol olha para os meus lábios e depois pra mim.

- Ele vive para o trabalho. - fala tranquila. - E a sua mulher?

Traição - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora