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POV Priscila Caliari

Eu estava muito feliz. Consegui finalmente fechar um contrato muito importante. Vou encerrar dois mil e vinte três com as minhas metas cumpridas.

— O que você acha de sair para jantar? - pergunto a Vanessa enquanto eu dirigia.

— Podemos pedir algo em casa também. - ela sugere sem ânimo.

— Poxa Vanessa, acabei de fechar um contrato importante, queria comemorar!

— Porque você não chama a esposa do João, ou você acha que eu não notei os seus olhares pra ela? - perguntou irritada.

Olhei mesmo, a mulher é bonita. Me chamou atenção, e não me arrependo.

— Quer saber, esquece essa merda de jantar! Depois não vem dizer que eu não faço nada por nós duas.

Eu tento, eu juro que eu tento. Queria sair sair com ela. Jantar, tomar um vinho, se divertir, depois voltar  pra casa e seguir a comemoração em nosso quarto mas ela estraga tudo.

— Desculpa. - diz tranquila. - Vamos jantar.

— Agora quem não quer sou eu!

[...]

Paro o carro na minha vaga do estacionamento do prédio, Vanessa desce primeiro, e sai apressada. 

Eu não sei por quanto tempo mais consigo aguentar esse casamento. Ela consegue despertar toda a minha raiva.

Um tempo depois entro em nosso apartamento, e ela já está enfurnada no quarto.

Eu não vou ficar em casa, não mesmo. Vou ligar para as minhas amigas, tenho que comemorar meu novo negócio. Essa porra é muito importante pra mim e merece uma grande comemoração.

Entro no quarto e vou direto para o banheiro. Tomo um bom banho e aproveito para colocar a depilação em dia.

Quando saí do banheiro, Vanessa já não está mais no quarto. Vou até o closet e coloco um conjunto de saia tubinho e cropped, ambos da mesma cor.

Mando uma mensagem pra Daniela e outras meninas.

Saio do quarto e sigo pelo o corredor, encontro com a minha esposa na sala, onde estava assistindo uma série qualquer na Netflix.

— Vai sair? - pergunta ao notar minha presença.

— Sim, e não precisa me esperar.

— Priscila, isso o que você está fazendo não é certo. Não pode sair sem mim, eu sou sua mulher!

— Me poupe. Eu te chamei e você não quis, agora vou sair com as minhas amigas. - digo pegando a chave do carro. - E como eu disse, não precisa me esperar!

POV Carolyna Borges

Saí do banheiro enquanto ajeitava a minha cinta liga. É hoje que João não me escapa!

Sigo pelo corredor da nossa casa, paro em frente a porta do escritório dele e abro a porta.

Ele encerra uma chamada e direciona o olhar dele pro computador. Ando até a frente da mesa e apoio as minhas mãos na mesma.

Meu marido olha pra mim e sorri.

— Pra quê isso? - pergunta me avaliando.

— Tenho sentindo falta da sua atenção, e não sou só eu. - digo com malícia.

— Amor, eu tenho que terminar essa planilha.

Minha feição muda no mesmo instante, mas tento não deixar transparecer.

— Sabe, eu estou começando a achar que você é casado com o seu trabalho. E não comigo! - falo irritada.

— Carol, você sabe que eu trabalho assim pra dar uma vida maravilhosa á você.

Eu não acredito que ele disse isso!

— Pra mim o caralho, não esqueça que eu sou formada e posso procurar um emprego a hora que eu quiser! Não tenho que depender de você.

— Desculpa meu amor, eu não quis dizer isso.

— Quer saber, pode ficar com o seu trabalho. Eu vou ligar pra Malu e chamá-la pra jantar.

— Amor...

— Me erra, João!

[...]

Estaciono em frente ao bar que, Malu, me avisou que teria pagode hoje.

— Olha Malu, se João souber que eu estou em um bar de pagode, ele arranca meu fígado. - falo enquanto pegava meu celular e a carteira.

— Para de ser besta. Seu marido não está nem aí pra você, só quer saber de trabalho e olha lá.

Acabo soltando uma risada. Ela estava certa. Nas últimas semanas João só viveu pelo trabalho.

Eu preciso tomar uma cerveja, escutar uma música e dançar. Estou casada, mas isso não significa dizer que eu estou em uma doença terminal.

Saímos do carro e entramos no estabelecimento. Se tem uma coisa que eu amo, é pagode. E morar no Rio de Janeiro, me proporciona isso aos montes.

O garçom nos mostra uma mesa para duas perto do palco. Malu não perdeu tempo e pediu um combo, para começarmos a beber.

— Malu, eu não sei se consigo aguentar esse casamento por muito tempo. - digo suspirando. - João não consegue suprir as minhas vontades.

— Ainda bem que eu não tenho esses problemas.

— Você nem é casada!

— Exatamente por isso, casamento é uma coisa terrível. - fala sorrindo. - É bom ser solteira, posso me envolver com quem eu quiser.

Ela tem razão. Quando eu era solteira, conseguia me divertir pra valer.

— As vezes eu tenho vontade de cometer uma loucura. - digo mordendo os lábios.

Ela começa a rir e eu acompanho.

João está merecendo um belo par de chifres, acho que assim ele se liga e começa a me dar valor.

— Bom, homem e mulher não falta. - Malu diz olhando ao redor. - E por falar em mulher, tem um grupinho bem atrás da nossa mesa que não para de olhar pra cá.

Ela sorri maliciosa e pisca um olho. Pego meu copo e olho disfarçadamente.

Meu olhar se cruza com os de Priscila Caliari, a mais nova sócia do meu marido. Ela sorri pra mim e ergue o copo me cumprimentando. Faço o mesmo e sorrio para ela.

— Ah Malu, é hoje que o João vai levar gaia. - digo baixo o suficiente só pra ela ouvir.

Ela começa a rir alto e eu acompanho.

Meu Deus, eu vou para o inferno!




Meta de 20 comentários e eu posto o próximo!
E nada de comentários repetidos ou emojis, isso é trapaça!🤪

Traição - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora