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POV Priscila Caliari

Eu não fui ao enterro dela, na verdade, faziam dias que eu não saia de casa, que eu não deixava ninguém sair de perto de mim.
Eu estou acabada, não tenho forças pra nada.

Eu não durmo direito, não como e também não sei o que é um bom banho.

Meu apartamento estava uma imundice. Cheio de garrafas de whisky e outras bebidas que eu achei na dispensa espelhadas pelo ambiente.

Meu celular já não prestava mais, pois eu simplesmente estourei ele na parede. Eu não podia continuar vendo as fotos dela, estava ficando maluca.

Escuto a risada dela em todos os lugares, a vejo em cada canto desse apartamento, o cheiro dela ainda permanecia na minha casa. Eu tenho pesadelo com os gritos dela.

Estou ficando louca, perdendo minha sanidade. Eu preciso dela, preciso da minha Lyna.

Me despertei dos pensamentos ao escutar uma batida na porta, até sei que deve ser minha mãe, Malu ou até mesmo a Dani. Elas vem aqui todos os dias, mas nunca abro a porta.

Levantei do sofá indo até a cozinha mas parei quando escutei vozes. Ótimo, conseguiram entrar.

— Nossa, esse lugar tá um nojo. -  Malu reclama assim que me vê.

— Minha filha, como você está magrinha. - minha mãe diz triste. - Eu trouxe uma sopa pra você.

— Priscila, vai tomar um banho, vamos arrumar tudo enquanto você se ajeita. - Dani diz me olhando feio.

— Eu não quero.

— Você não tem que querer nada, estamos aqui porque queremos te ver bem. Sabemos que dói, mas ela não ia querer te ver assim, definhando.

— Eu não sinto vontade de fazer nada. - me rendi. - eu só quero ficar no meu canto.

— E você vai, só deixa a gente cuidar de você.

E no final, eu acabei fazendo o que eles pediram. Tomei um banho, coloquei uma roupa limpa e tomei a sopa que minha mãe fez, que por sinal, estava deliciosa.

Meu apartamento estava limpo, e até cheirava bem.

Malu e Dani, foram embora mas prometeram que voltariam amanhã. Malu estava muito mal, porém segurando suas emoções.

Estava deitada agora na minha cama, que continha lençóis limpos. Minha mãe estava comigo, ela fazia cafuné em meus cabelos.

— Sabe, eu conheci os pais da Any, e eles se sentem culpados. Não tinham uma boa relação com ela, eles estão sofrendo muito.

— Eu não quero falar sobre isso. - me levantei ficando de frente pra ela. - Mãe, me abraça.

— Oh meu amor, vem aqui. - me acolheu como uma criança.

— Quer que eu cante aquela música que você amava?

— Sim, eu preciso dormir.

— Estarei aqui quando você acordar, abelhinha. - ela começa a cantar e eu fecho os olhos aproveitando o momento.

Eu preciso me libertar, tenho que deixá-la ir. Se não eu não terei forças pra nada, nem para seguir em frente, mas não sei se vou conseguir. 

Eu não posso ficar aqui acabando comigo mesma. Tenho que encontrar João, e me vingar da morte de Carolyna. E depois de cumprir a promessa, ficar com ela.

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Saiu uma maratona mesmo sem querer, não é mesmo?

Capítulo curtinho apenas para encerrar a noite. Amo vocês, tchau!

Traição - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora