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POV Carolyna Borges

Coloco Lucca no berço e saí fechando a porta do quarto.

Senti os braços de Priscila unir meu corpo ao seu, ela esconde o rosto na curva do meu pescoço e me arrepio ao sentir ela mordiscar minha pele.

Me virei de frente pra ela, observando seu semblante. Eu queria registrar esse momento, estar nos braços de Priscila é mágico.

Peguei em sua mão guiando-a até o quarto de hóspedes, entramos e ela fechou a porta.

Me virei ficando de frente pra ela, Priscila me olhava completamente vidrada. Como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo, eu amava quando ela me olhava assim.

— Eu esperei tanto tempo por esse momento. - falei enquanto descia a alça do meu vestido, deixando que o tecido passasse pela extensão do meu corpo e caísse no chão.

Priscila me analisou e parece ter ficado um pouco surpresa com a minha atitude, mas não deixou de sorrir.

O sorriso que destrói meu psicológico.

— Eu nunca te esqueci. - disse e senti minhas bochechas queimarem. - Você sempre ficou marcada em meus pensamentos.-  Eu quero te fazer minha. - puxou minha cintura colando nossos corpos sem deixar de me olhar. - Não me deixa nunca mais, Carolyna.

Abri os botões da sua camisa devagar, admirando seu sutiã de renda branca meio transparente. Eu sentia tanta falta de ter Priscila inteiramente pra mim, esses últimos meses sem a sua presença foram muito torturantes pra mim. 

Em questão de minutos, nada nos atrapalhava. Nenhuma peça de roupa, nenhum lençol na enorme cama de casal. Éramos apenas nós duas, nos amando, matando a saudade que sentimos durante todo esse tempo. 

Eu  me sinto inteiramente completa ao lado dela, eu a amava como nunca havia amado ninguém, era até diferente do amor que já havia sentido pelo João. Eu tenho a plena certeza de Priscila, é de verdade, o amor da minha vida.

O meu verdadeiro amor. 

Nossas bocas não se desgrudavam um minuto se quer, era como se precisássemos daquele tipo de contato pra viver.

[...]

— No começo, eu não queria acreditar, eu me recusava a acreditar que você tinha morrido. - Priscila falava enquanto fazia desenhos imaginários em minhas costas. - Quando os bombeiros encerraram as buscas, eu fiquei incontrolável. Queria pular aquela ponte e só sair quando te encontrasse. 

— Eu te fiz sofrer, e isso me deixa muito mal. - falei sentindo meu peito apertar. 

— Lyna, você fez o que tinha que fazer. Era preciso, você tinha que ficar segura, e eu teria feito o mesmo. 

Eu simplesmente amava o fato dela me compreender sempre, de saber me tranquilizar e de sempre estar do meu lado independente de tudo. ~

— Você acha que eu devo voltar pra casa com você? - perguntei com medo da resposta. 

Priscila se move para se sentar na cama e eu sento também. Cubro meu colo com o lençol, percebendo que a conversa iria ficar séria. 

— Amor, eu quero muito te levar pra casa, quero que todos vejam que você está bem e viva, mas não posso. Não até pelo menos o julgamento do João. - ela suspira derrotada.- E ainda tem mais,  assim que todos souberem que você está viva, ele pode conseguir se safar de todos esses crimes e ter direito á fiança. 

— Pri, eu não quero mais me esconder, eu sinto saudade de viver em liberdade, dos meus amigos e até mesmo dos meus pais. 

E aquilo era verdade, apesar da má relação, eu queria que meus pais conhecessem o neto deles, que a gente se entendesse. 

— Eu quero ir pra casa com você, meu amor. - insisti. 

— E eu quero que você venha comigo mais que tudo nessa vida, mas eu não vou arriscar Carol. Esta é a minha ultima palavra. - disse seriamente. Eu sei que ela quer me proteger, e eu a entendo perfeitamente. 

— Tudo bem, eu aguento esperar mais um pouco. 

Priscila sorri se sentindo vitoriosa, ela me puxa pro seu colo abraçando minha cintura. 

— Não fica chateada meu amor, mas eu não quero te perder outra vez. Se algo acontecer com você e com o Lucca, eu nem sei o que seria de mim. 

— E não vai acontecer. - assegurei.- Eu não pretendo te deixar ir nem tão cedo! 

— Bom saber, Borges. - disse com a voz arrastada, me causando arrepios. 

— Você foi uma das minhas maiores inseguranças e certezas ao mesmo tempo. 

E isso era realmente verdade, me lembro de ter incerteza e ficar insegura a respeito de ser amante de um dos sócios do meu ex marido, mas hoje eu consigo ter a plena certeza de que foi a melhor escolha da minha vida. Tudo o que eu passei valeu a pena, para que eu pudesse estar aqui hoje, ao lado da minha mulher. 

— Carol, olha nos meus olhos. - pediu. - Eu amo você, sei que já disse isso várias vezes hoje mas continuarei dizendo até que você me peça pra parar. Eu perdi tantos momentos nesse tempo em que estivemos longe, e eu quero recuperar cada um deles, cada minuto. Então, eu te amo, eu te amo, eu te amo. 

— Te amo, te amo, teamo! - repeti dando vários selinhos na mesma. 


Traição - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora