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POV Priscila Caliari

Meu corpo se estende pra frente quando Malu termina de contar o que havia acontecido horas atrás, me fazendo cair de joelhos.

Carolyna não podia ter morrido.

Ela não pode, ela tinha que ficar comigo.

— Eu prometi cuidar dela. - sussurrei sem forças. - Ela disse que ia ficar comigo pra sempre Malu, ela não morreu!

— Pri... A mãe dela me ligou desesperada, a polícia informou que ela sofreu um acidente, o carro caiu da ponte e afundou no mar.

— Eles tem que procurar por ela, ela não morreu! - falei sentindo meu peito doer. - CAROLYNAAA! NÃOOO! - gritei alto.

— Calma Priscila. - Dani falou se ajoelhando ao meu lado.

— Ela se foi, Dani. - falei entre as lágrimas. - Ela... ela..

Solto um soluço alto me engasgando com o meu próprio choro.

— A polícia está atrás do João, os vizinhos ligaram para polícia quando ouviram os gritos da Carol. - Malu continuou a falar como se estivesse no modo automático. - Um deles falaram que viram ela saindo de carro e logo em seguida João foi atrás dela.

— Eu quero ficar sozinha. - falei.

— Priscila! - Dani tentou falar.

— Me deixem sozinha!

Mesmo contra suas vontades, as duas atenderam o meu pedido. Quando Dani fechou a porta do quarto, eu me permiti gritar, gritar de dor, de sofrimento.

Lyna ligou pra mim, tentou me avisar, pediu a minha ajuda mas eu não vi. A culpa é minha, eu a matei.

Derrubei todas as coisas no chão, causando uma grande estrago em todo meu quarto.

— Meu amor, você não pode me deixar... - peguei meu celular e desbloqueei procurando suas fotos.

Tão linda.

Volta amor. - sussurrei baixo. -
por favor, volta... Eu te amo Carolyna.

A porta do quarto é aberta e Vanessa entra, ela me olha e percorre os olhos pelo quarto.

— Ela morreu. - falei olhando pra minha ex esposa. - Porque está doendo tanto, Van?

— Era ela, não é? - eu assenti.

Vanessa vem até mim e se ajoelha na minha frente, ela segura meu ombro e suspira.

— Ela ligou pra mim João estava perseguindo-a. O carro estava sem freio e ela estava desesperada, no mesmo instante eu ofereci a minha ajuda. Eu escutei tudo, Priscila. - disse chorando. - Eu liguei pra polícia e informei tudo, quando eles chegaram eu já estava lá.

— Van...

— O carro dela atravessou a barreira de proteção, caiu da ponte e afundou no mar. Eu sinto muito por isso, mas eu não consegui salvá-la.

— Me diz que é mentira, por favor...

— Vem aqui. - me puxou. - Pode chorar, eu estou aqui.

Ela me abraça forte e eu me permiti desmoronar em seus braços. A dor de perder Carolyna se comparava a dor de quando eu perdi meu pai.

Porque eu tenho que perder as pessoas que amo?

Porque tiraram ela de mim?

Porque João fez isso?

Eu vou matar ele.

[...]

O corpo de bombeiros conseguiu retirar o carro da Carol da água, porém o corpo dela não estava dentro. Então eles estavam buscando o corpo com mergulhadores e helicópteros de polícia.

Eles disseram que a porta do carro abriu na hora que o carro caiu e como Carol estava sem cinto na hora, a correnteza levou o corpo dela.

Se eles não achassem o corpo, iam encerrar as buscas. Se chegassem em alto mar, eles não poderiam fazer nada.

O carro estava destruído.

Havia sangue no banco do motorista, o celular dela também estava lá dentro e a polícia tentava buscar informações através dele.

Os cabos do freio realmente estavam cortados e o tanque de gasolina furado.

João realmente não tinha a intenção de deixar Carolyna viva.

O que mais partiu meu coração, foi ver a sua blusa rasgada e cheia de sangue, presa no espelho retrovisor.

— Priscila. - Daniela me chama. - Eu sinto muito, mas já são cinco da tarde. Eles vão cancelar as buscas, o corpo já deve ter chegado em alto mar.

— Não, não, não... Pede para eles voltarem! Eles TEM que achar ela!

— Eles não podem, amiga. A correnteza está muito forte, vai escurecer e começar a chover.

— ELES NÃO PODEM DANIELA!

Dani me abraça forte abafando meu choro em seu pescoço.

— Ela se foi Priscila, você precisa ser forte e aceitar isso.

— Como eu vou ser forte se eu a perdi? Se ela está morta? Me responde Daniela!

— Eu não sei... - me olhou com pena.

— Exatamente, você não sabe, então por favor me deixa sozinha! Eu não quero ver ninguém.

Ela assentiu e antes de sair me deu um abraço.

— O enterro é amanhã, a mãe dela ligou para avisar. - Dani disse e saiu.

Eu me sinto sozinha. Eu me sinto só, mesmo que todos estejam me dando apoio, até mesmo o namorado da Vanessa.

Peguei a garrafa de whisky que eu havia trazido escondido de todos da cozinha. Me acomodei no chão abrindo a garrafa, o que me levou a abrir novamente as fotos de Carolyna no meu celular.

— Eu prometo que ele vai me pagar, eu vou me vingar por você e depois vamos ficar juntas.

Eu te amo Carolyna.

Traição - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora