ELITE | vhope

Dezessete | Cinco Dias

#EliteVhope

TAEHYUNG

Eu tinha me esquecido do quão bom é acordar do lado de Hoseok, sentindo o cheiro dele, o calor do seu corpo, o peito subindo e descendo devagar, é a melhor sensação do mundo.

Meu peito chega a doer de tanto amor, tanto que parece não caber em mim, sufoca. Eu poderia passar horas assim, horas inteiras pertinho dele e aproveitando cada segundo, como se tudo pudesse ser tirado de mim de um minuto para o outro.

Pena que não pude aproveitar a sensação por muito tempo, porque instantes depois de abrir os olhos as consequências de toda aquela quantidade de álcool ingerida resolvem aparecer.

Sou forçado a levantar para vomitar, com a cabeça doendo e cada músculo do meu corpo latejando de dor, como se todos os ossos do meu corpo tivessem sido esfarelados.

Eu me odeio, e me odeio mais ainda quando bebo exageradamente.

Volto para a cama ainda no escuro, arrastando os pés e poderia muito bem só ter me deitado, ter me enroscado em Hoseok para voltar a dormir, mas cometo o erro de olhar o celular antes.

Cometo o erro de ler minhas notificações e dar de cara com algumas mensagens do pai de Jimin pedindo para nos encontrarmos mais tarde, passo por elas e abro o instagram, não preciso procurar muito para encontrar uma foto minha com Jimin em absolutamente cada portal de fofoca que a plataforma sugere.

Não estou acostumado a receber esse tipo de atenção, então quando acontece, a sensação é minimamente estranha. Leio inúmeros comentários e fica subentendido que muita gente não me conhece, porque diferente de Jimin eu nunca fiz questão de ter uma vida pública.

Mas estamos juntos naquela foto, nepo babies como dizem as legendas, acho graça por um instante, consigo até rir da situação.

Não entendo como Jimin consegue lidar com isso, com os comentários de pessoas desconhecidas, com a perseguição aos montes e todos aqueles números sempre aumentando.

Não sei se me adaptaria a isso.

Respondo a mensagem do advogado, ciente de que tem alguma relação com a minha cara estampada em absolutamente cada canto da internet e a essa altura, minha mãe já deve ter invadido o escritório do meu pai para lhe mostrar.

Consigo ver a cena perfeitamente, os gritos histéricos dela, o rosto vermelho do meu pai enquanto escuta todas as futilidades que ela solta por segundo, sobre como vai encarar as amigas depois desse absurdo, com que cara ela vai sair na rua quando todas as pessoas sabem que o filho dela está fora de controle.

E meu pai...

Meu pai provavelmente já foi atrás dos pais de Jimin, já soube que estão me ajudando e que o pai dele vai me representar judicialmente, que a mãe dele mesmo sendo uma megera fez questão de me acolher, coisa que minha própria mãe não faria por ninguém.

Bloqueio a tela do celular, caminho até a caminha de Gamora e a tiro de seu sono, por pura necessidade de apoio emocional. Ela mia em reclamação, mas aceita o carinho que faço e os abraços, se aninhando no meu colo quando volto para a cama.

Tento dormir outra vez, mas não consigo, minha ansiedade não deixa, começo a ficar nervoso com as possibilidades do que pode acontecer até o fim do dia, começo a sentir medo do meu pai e mesmo que eu tente muito, o sono não vem.

Passo horas acordado, até Hoseok finalmente despertar e se enroscar em mim, grunhindo feito um gato manhoso, procurando carinho.

— Bom dia — sussurrei, beijando seu cabelo, me entorpecendo com o cheiro do seu shampoo.